FIIs de CRI: devo vender meus fundos de papel com a deflação?

FIIs de CRI: devo vender meus fundos de papel com a deflação?

Conforme divulgado amplamente no mercado, o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) reduziu. Após de uma alta de 0,69% em junho, o índice subiu menos em julho, fechando em 0,13% neste mês. Ou seja, a expectativa é que os preços reduzam ainda mais, gerando deflação. Diante disso, como ficam os FIIs de CRI que possuem ativos indexados ao IPCA? Eles vão cair rendimentos?

Para responder essas dúvidas dos investidores de fundos imobiliários, Marcos Baroni que é analista e sócio da Suno trouxe algumas informações importantes, no canal do Telegram da Research.

O analista comenta  que muitos dos investidores de FIIs vivenciaram um cenário econômico de redução dos juros nos últimos anos. Ou seja, “essas pessoas nunca viram oscilação nos juros, na inflação e muito menos um cenário de deflação”. Essa inexperiência traz muita insegurança, o que gera impulsos de vendas de cotas de FIIs no mercado secundário.

Mas a mensagem que o analista da Suno traz é direta: “fiquem tranquilos”. Baroni recomenda que os investidores não pautem suas decisões olhando com um horizonte tão curto quanto esse.

A inflação ainda não acabou, diz Baroni.

“Talvez nós tenhamos uma deflação de 1-2 meses, mas no acumulado a inflação ainda vai ser elevada”, destaca Baroni. Em sua visão, o cenário projetado para o IPCA é de 7%-8% e, nos anos seguintes, ainda terá inflação. Ou seja, não adianta sair vendendo FIIs de CRI que reduziram seus rendimentos no curto prazo.

Pelo contrário, Baroni adverte que o investidor deve pensar em uma carteira de longo prazo. Em sua análise, os FIIs de CRIs, especialmente indexados ao IPCA, têm uma estabilidade muito grande historicamente falando.

Os FIIs de CRI são vencedores no longo prazo

Ou seja, Baroni mostra que ao observar os FIIs de CRI com histórico de 10 anos, os mesmos passaram por todos os tipos de ciclos e até recessões. E mesmo assim, eles seguem com resultados consistentemente, via de regra, acima dos benchmarks.

Porém, no curto prazo, esses fundos que até pouco tempo aumentavam rendimentos e o preço de suas cotas agora estão caindo. “Justamente porque boa parte dos investidores que investem nos FIIs, nunca experimentaram um cenário como esse”, lembra Baroni.

Portanto, a ideia de vender os FIIs de CRI num momento como esse não parece ser a opção mais sensata, crava o analista.

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foto: Gustavo Silva
Gustavo Silva

Jornalista com doutorado pela UFMG e produtor de conteúdo da unidade de mídias da Suno. Também trabalha no Suno Notícias e Funds Explorer, fazendo a cobertura de FIIs, Fiagro e FI-Infra.

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