FIIs pagam mais de 1% ao mês em dividendos e superam renda fixa
Fundos imobiliários aparecem como opção para o mercado de renda variável para quem busca ampliar a rentabilidade de seus investimentos.
A queda da Selic, que virou o ano em 11,75% e deve chegar de 9% até o fim do ano, causa um efeito direto no mercado financeiro: ao mesmo tempo em que reduz o custo de crédito para empresas e pessoas físicas, também provoca a perda de rentabilidade para os investimentos de renda fixa e aumenta a atratividade das oportunidades em renda variável, caso dos fundos imobiliários (FIIs).
Abaixo, mostraremos FIIs que vêm apresentando rentabilidade acima de 1% ao mês, mas antes uma explicação rápida sobre como a queda da Selic tende a beneficiar esse mercado.
Taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic acaba servindo como parâmetro para todo tipo de operação. Se, por um lado, empréstimos e financiamentos tornam-se mais acessíveis, as operações de renda fixa, muitas vezes atreladas indiretamente a esses financiamentos, também oferecem rentabilidades menores.
Nos últimos meses, por exemplo, já tem sido difícil encontrar aplicações que ofereçam rentabilidade real de 1% ao mês. E a tendência é que as ofertas se tornem ainda menores, já que a Selic deve fechar o ano em 9%, de acordo com as projeções do mercado coletadas pelo Banco Central no Boletim Focus.
A expectativa é por um novo corte de 0,5 ponto percentual, para 11,25%, já na primeira reunião deste ano do Comitê de Política Monetária do BC, o famoso Copom, que será em 30 e 31 de janeiro. No geral, a projeção dos analistas é que, sem grandes mudanças no cenário macroeconômico, o ritmo de queda seja mantido ao longo do semestre, com a taxa caindo para um dígito em junho, a 9,75%, e depois os cortes da Selic entrem em ritmo mais moderado.
FIIs mais atraentes que renda fixa: conheça alguns
É baseado nessa expectativa que o mercado de fundos imobiliários aparece como uma oferta de produto financeiro mais atraente do que operações de renda fixa, como aplicações em CDB (Certificados de Depósito Bancário), geralmente atrelados à Selic.
Mesmo com os juros ainda na casa de dois dígitos, alguns FIIs já vêm se notabilizando, nos últimos meses, com rendimentos acima de 1% ao mês dentro do indicador chamado dividend yield, ou seja, a relação entre o dividendo pago mensalmente e o preço da cota do fundo.
Listamos abaixo fundos imobiliários que pagaram ou vão pagar bons dividendos em janeiro, em comparação com seus custos de aquisição no dia do aviso do pagamento, de acordo com dados da consultoria Economática:
- Pátria Edifícios Corporativos (PATC11) – 4,37%
- Hotel Maxinvest (HTMX11) – 1,97%
- CSHG Renda Urbana (HGRU11) – 1,64%
- TRX Real Estate (TRXF11) – 1,53%
- Cartesia Recebíveis Imobiliários (CACR11) – 1,44%
- Hedge Office Income (HOFC11) – 1,28%
- Urca Prime Renda (URPR11) – 1,27%
- Mogno Hotéis (MGHT11) – 1,19%
- Rio Bravo Crédito Imobiliário High Yield (RBHY11) – 1,19%
- Banestes Recebíveis Imobiliários (BCRI11) – 1,04%
- Suno Recebíveis Imobiliários (SNCI11) – 1,00%
Vale lembrar que, como toda operação de renda variável, tais números não são garantia ou promessa de rentabilidade. Servem, no entanto, como um guia de possibilidades, que devem ser observados dentro de outros contextos, como a relação do valor da cota no mercado em relação a seu valor patrimonial, a capacidade dos ativos do fundo de gerar renda e a forma como a gestão do fundo age em busca da captação de valor.
Assim, antes de adquirir cotas de fundos imobiliários, vale observar não só o número pago nos últimos meses, mas pesquisar bem a respeito do ativo para saber se ele tem condições de manter o ritmo de distribuição de dividendos, e se a cota vem sendo negociada a um valor justo, ou mesmo com deságio, com possibilidade de valorização e consequente ganho de capital.