FIIs relatam inadimplência da WeWork, empresa de coworking; entenda o caso

Três FIIs relataram inadimplência no pagamento de aluguel de uma empresa de coworking. Entenda o caso envolvendo o fundo imobiliário VINO11.

FIIs relatam inadimplência da WeWork, empresa de coworking; entenda o caso
KNCR11 revela motivo da queda de seus dividendos. Foto: Pixabay

Os FIIs VINO11, RCRB11 e SARE11 anunciaram ao mercado que, até o momento, ainda não receberam o pagamento do aluguel da WeWork, uma empresa do setor de coworking, cujo vencimento seria em junho. Em relação ao fundo imobiliário RCRB11, por exemplo, a WeWork é locatária de um imóvel situado no bairro Vila Madalena, em São Paulo-SP, e o valor do aluguel equivale a 9,5% da receita contratada do fundo.

A gestão do RCRB11 diz que o inquilino já foi notificado e o fundo imobiliário continua tratando o assunto de maneira direta para que o pagamento do aluguel atrasado aconteça “o mais rápido possível”.

A falta de pagamento do aluguel deve gerar um impacto mensal negativo na receita imobiliária do FII RCRB11 de R$ 0,11 por cota.

“Ressaltamos que o Imóvel, pela sua localização e qualidade, tem alta liquidez e mantém uma alta taxa histórica de ocupação, com relevância de empresas de tecnologia de grande porte”, diz o comunicado.

Segundo Anita Scal, sócia e diretora de investimentos imobiliários, o fundo RCRB11 é um dos FIIs mais “antigos” do Brasil, já que se mantém ativo desde o ano 2000. Ela destaca que o fundo tem uma inadimplência de somente 2,5%, sendo “uma das mais baixas de todo o setor e que deve ser sanada em breve”.

Scal diz que a We Work tem um boleto vencido há aproximadamente 15 dias, período que ainda não se considera como inadimplência, e que as outras despesas, como IPTU e condomínio, por exemplo, já estão sendo quitadas.

“Eles já foram notificados e nosso departamento jurídico já está acionado. Um outro ponto importante é que o imóvel que a empresa ocupa, que fica na Vila Madalena/SP, possui altíssima liquidez e historicamente é ocupado por grandes empresas de tecnologia, que fazem questão de estar em localizações valorizadas pelos seus colaboradores e parceiros. Vale ressaltar que, em pouco mais de 2 anos, o RCRB11 reduziu a vacância de 34,4% para menos de 2% e estamos trabalhando para que, em breve, este índice seja zerado. Em relação ao pagamento de dividendos, elevamos o pagamento aos cotistas em mais de 55% em um intervalo de apenas 4 semestres com essa firme atuação comercial do time de gestão. Neste mais de 20 anos de história do fundo, entregamos resultados consistentes para os nossos cotistas e este ativo tornou-se uma referência de solidez no mercado financeiro”, completa.

A gestão do RCRB11 lembra que o FII conta com outro inquilino do setor de coworking em sua carteira, mas que nesse caso continua adimplente com suas obrigações.

SARE11 e VINO11 também não receberam aluguel da WeWork

No caso do fundo imobiliário VINO11, a companhia é a locatária do empreendimento OF 585, situado na cidade de São Paulo – SP.

Nesse imóvel, a empresa ocupa uma área de 3.594 m². O valor do aluguel corresponde a cerca de 5% do faturamento total do FII, assim como 4% da área bruta locável (ABL) total do fundo.

“A gestão, em conjunto com seus advogados, está atuando para tomar as ações cabíveis em prol do fundo e seus cotistas”, diz o FII VINO11 em seu comunicado.

Já o fundo imobiliário SARE11 destaca que a WeWork é inquilina das unidades 2401, 2501, 2601 e 2701 da Ala B do Condomínio WT Morumbi, localizado no bairro Vila Gertrudes, em São Paulo-SP.

Caso essa inadimplência permaneça, o fundo imobiliário SARE11 pode ter um impacto negativo de R$ 0,05 por cota no pagamento de dividendos. A ação tomada pelo FII até o momento foi o envio de uma notificação formal de cobrança do aluguel.

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foto: João Vitor Jacintho
João Vitor Jacintho

Redator profissional, com atuação no mercado editorial na produção de notícias e conteúdos sobre o mercado financeiro, fundos imobiliários e economia popular.

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