SNME11: fundo imobiliário explica estratégia de alocação em ativos descontados


O fundo imobiliário SNME11 registrou no mês de fevereiro um dividend yield anualizado de 16,07%, considerando o fechamento da cota no mês e o dividendo pago de R$ 0,11. De acordo com Gerardo Azevedo, analista da Suno Asset, o fundo foi negociado com P/VP de 0,96x, indicando deságio em relação ao seu valor patrimonial. Além disso, o analista detalho as estratégias de alocação do FII.

“O fundo fechou o mês com uma distribuição de R$ 0,11 por cota, o que representa 1,25% de retorno no mês. Além disso, entregou um alfa de 15,18% em relação ao IFIX, o que evidencia a característica defensiva e descorrelacionada do portfólio”, afirmou Azevedo durante a live no canal da Suno Asset.
No mercado secundário, a cota do SNME11 teve valorização de 1,15% em fevereiro, com retorno total de 2,41%, somando o ganho de capital e a distribuição feita em fevereiro, referente aos resultados de janeiro. A negociação média diária do fundo foi de R$ 43 mil no mês.
Azevedo também comentou o comportamento do mercado diante da alta do IPCA em fevereiro, de 1,31%, que deve impactar os fundos de crédito atrelados à inflação nos próximos meses. “Esse IPCA mais elevado afeta positivamente o retorno, mas o impacto real no fluxo de caixa do SNME11só deve ser sentido em dois ou três meses, por conta da dinâmica de repasse dos CRIs indexados ao índice”, explicou.
Ainda, segundo o analista, o fundo apresentou um resultado contábil distribuível de R$ 0,105 por cota, além de um provisionamento adicional de R$ 0,01, totalizando os R$ 0,11 pagos. A reserva acumulada ficou em R$ 0,055 por cota.
Carteira segue com foco em crédito e fundos descontados
“O resultado referente aos fundos imobiliários foi de R$ 281 mil, acima do mês anterior, refletindo alocações feitas recentemente no mercado secundário”, diz Azevedo.
Ele lembrou que há um defasagem natural entre a data da compra dos fundos e o recebimento efetivo dos rendimentos. “Se a gente adquire depois da data-com, o resultado só entra em caixa no mês seguinte. Por isso, é esperado que essa linha cresça gradualmente conforme vamos alocando”, acrescentou o analista.
Durante o mês de fevereiro, o SNME11 aumentou sua exposição a três ativos — BTHF11, ITRI11 e RELG11 — com aportes totais de aproximadamente R$ 1,2 milhão, o equivalente a 1,8% do patrimônio líquido.
“Esses fundos estavam absurdamente descontados. Alguns tinham o que a gente chama de duplo desconto, ou seja, o valor patrimonial já estava abaixo do valor real da carteira e ainda assim estavam sendo negociados com deságio no mercado”, explicou o analista.
O RELG11 foi outro exemplo desse cenário de desconto. ” O FII negociava com P/VPA abaixo de 0,50, ou seja, com mais de 50% de deságio, o que, na nossa visão, não fazia sentido diante da qualidade dos imóveis da carteira e da reestruturação das dívidas do fundo”, mencionou Azevedo.
Confira a Live do fundo imobiliário SNME11
A alocação da carteira do fundo imobiliário SNME11 em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) foi mantida em 57,95% do patrimônio líquido. Desse total, 28,24% estão indexados ao CDI, com taxa média de aquisição de 6,46% ao ano; 25,57% estão atrelados ao IPCA, com taxa média de 12,47% ao ano; e 4,13% indexados ao INCC, com taxa de 11,50% ao ano.