Globo vai sair? Fundo imobiliário VINO11 desmente negociação sobre imóvel em SP
O fundo imobiliário VINO11 publicou comunicado oficial para desmentir que esteja em negociações com o Grupo Globo para desocupação da sede da emissora em São Paulo, imóvel adquirido pelo FII em 2021 e principal ativo de seu portfólio, responsável pela maior parte das receitas.
“Não há qualquer tratativa em andamento entre o fundo e a Globo que tenha por objetivo abreviar a vigência de locação atípica em curso desde 2021. Permanecem firmes todas as obrigações convencionadas nos termos do contrato de locação vigente, destacando-se, inclusive, que a Globo está realizando investimentos relevantes no empreendimento imobiliário em questão”, escreveu o VINO11 em comunicado ao mercado distribuído via Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A notícia de que a Globo está pensando em deixar o imóvel, com o objetivo de cortar despesas, foi publicada em 5 de setembro por um site especializado em notícias sobre televisão e rapidamente se espalhou entre investidores, contribuindo para derrubar a cotação do VINO11 em quase 20% no período.
Negociado a R$ 5,99 no dia da publicação da notícia, o FII VINO11 fechou na terça-feira (24) em seu valor mínimo na história, a R$ 5,01. No dia seguinte, teve leve recuperação e chegou a R$ 5,07.
Cotação vino11
Saiba mais sobre o fundo imobiliário VINO11
O fundo imobiliário VINO11 adquiriu a sede da Globo em dezembro de 2021, por cerca de R$ 522 milhões. O imóvel tem 39.050 metros quadrados, o equivalente a 46,5% da área bruta locável (ABL) total do fundo, de 83.917 metros quadrados.
Para a aquisição, o FII emitiu um CRI com lastro nos aluguéis devidos pela Globo, que hoje registra um saldo devedor R$ 361,490 milhões, com juros de IPCA + 6,948% e vencimento em janeiro de 2037, mesmo prazo do fim de contrato com a empresa de comunicação, feito na modalidade sale and leaseback.
O VINO11 também vem sofrendo com a inadimplência da WeWork, que deve aluguéis no edifício OF 585, na rua Oscar Freire, região dos Jardins, em São Paulo.
No último dia 4, o fundo imobiliário informou ter obtido uma liminar que permitiria o despejo caso o pagamento não fosse feito em 15 dias a partir da notificação, mas depois não se pronunciou mais sobre o caso. A empresa gestora de espaços de coworking tem obtido sucesso em negociações com outros FIIs.
