IGP-M tem deflação em abril: Isso pode impactar os fundos imobiliários?

O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) recuou 0,95% no mês de abril. Mas como isso pode impactar os fundos imobiliários?

IGP-M tem deflação em abril: Isso pode impactar os fundos imobiliários?
FII. Foto: Unsplash

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou uma queda de 0,95% no mês de abril. Assim, o índice acumula uma variação de -0,75% em 2023, e de -2,17% nos últimos 12 meses.

O IGP-M de abril foi divulgado nesta quinta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

No mesmo período do ano passado, ou seja, em abril de 2022, o IGP-M registrou avanço de 1,41%, com acúmulo anual de 14,66%.

Segundo André Braz, coordenador do Ibre/FGV, a queda do índice foi favorecida pela baixa no preço de commodities importantes no setor produtivo. Mas afinal, qual a relação entre fundos imobiliários e IGP-M?

Como a variação do IGP-M pode impactar os fundos imobiliários?

Os impactos da deflação do IGP-M em abril podem ser diferentes para os FIIs de CRI e de tijolo. No primeiro caso, existem muitos fundos cujos títulos de sua carteira estão associados a esse índice.

Assim, uma queda do IGP-M em abril poderia gerar impacto nos rendimentos obtidos com esses ativos em alguns FIIs e, consequentemente, na renda mensal total auferida pelo fundo e no pagamento de dividendos aos seus investidores.

Isso não significa que isso de fato ocorrerá com os fundos imobiliários de CRI como um todo, já que alguns FIIs conseguem manter o seu patamar de rendimentos atual, como aconteceu em outros períodos de deflação, seja por meio de sua reserva de caixa, outras receitas e dentre outros fatores, a depender das movimentações da gestão e da política de investimento daquele fundo.

Além disso, mesmo que a baixa do IGP-M venha impactar os rendimentos de alguns fundos imobiliários, na prática, esse impacto não deve ser visto imediatamente, mas é geralmente observado pelo investidor depois de alguns meses.

Já no caso dos fundos imobiliários de tijolo, por exemplo, o índice está principalmente associado ao reajuste de contratos de aluguel.

Porém, nesse contexto, o que pode impactar de forma mais direta a renda do FII é o desempenho anual do IGP-M no momento do reajuste, já que esses reajustes de contrato costumam acontecer anualmente.

O que é IGP-M e para que serve?

O IGP-M é um índice da FGV que serve para reajustes de contratos e de tarifas em alguns segmentos de empresas, como as de energia elétrica e de telefonia, por exemplo.

Do mesmo modo, contratos de empresas relacionadas a saúde, educação e serviços também podem ter o índice como indexador.

O cálculo do IGP-M é obtido a partir da média aritmética ponderada de outros três índices de preços:

Mas a popularização do IGP-M se deu em razão de ser um índice de referência nos reajustes dos contratos de aluguel. Por esse motivo, a sigla também é conhecida como “inflação do aluguel”.

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foto: João Vitor Jacintho
João Vitor Jacintho

Redator profissional, com atuação no mercado editorial na produção de notícias e conteúdos sobre o mercado de ações, criptomoedas, fundos imobiliários e economia popular. Graduando em Engenharia Química pela Unesp, também já trabalhei como consultor financeiro.

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