Conheça os riscos e oportunidades da alavancagem em fundos imobiliários

Existem alguns fundos imobiliários listados na bolsa de valores que trabalham com alavancagem. Utilizam capital de terceiros para financiar aquisições, fazendo a alavancagem da operação.

Conheça os riscos e oportunidades da alavancagem em fundos imobiliários
Como o risco de crédito pode afetar os FIIs de tijolo? Foto: Unsplash

Existem alguns fundos imobiliários listados na bolsa de valores que trabalham com alavancagem.  Ou seja, esses fundos utilizam capital de terceiros para financiar aquisições, fazendo a alavancagem da operação.

O benefício da alavancagem vai depender de como a gestora do fundo imobiliário conduzirá a operação, segundo o especialista em fundos imobiliários da Suno Marcos Correa.

Importantes características da alavancagem

A partir do momento em que o fundo parte para fazer uma alavancagem, a ideia é captar recursos para fazer mais dinheiro.

O fundo vai captar dinheiro para investir e, com os ganhos deste investimento, poderá pagar a alavancagem – e ainda obter ganhos.

Em outras palavras, a alavancagem é uma espécie de empréstimo, só que muito mais complexa do que a operação comum feita por pessoas físicas e empresas junto a bancos.

Entre os principais termos e características de uma alavancagem, existem:

·        Principal: É o valor que será levantado pelo fundo junto à instituição financeira;

·        Juros: a remuneração cobrada pela instituição que está liberando os recursos ao fundo. Em troca do dinheiro, a instituição financeira vai cobrar juros sobre o principal;

·        Amortização: Pagamento referente à parcela do principal;

·        Índice de correção: Além dos juros, dentro da operação de alavancagem existe o índice de correção. Normalmente o valor do principal é corrigido pelo IPCA;

·        Carência: Existem algumas operações de alavancagem que contam com a carência. Assim, o fundo começa a pagar os juros e as amortizações somente após o término da carência. Por exemplo: uma operação que possui dois anos de carência vai começar a cobrar os valores de juros e amortização após esse período. A grande vantagem fica com o tempo para começar a pagar. Já a desvantagem está vinculada ao aumento da dívida, que, ao longo da carência, vai continuar aumentando.

Riscos associados a uma alavancagem

Por mais que a alavancagem possa trazer benefícios ao fundo, quando a estratégia dá errado, os problemas são muitos.

Entre os principais riscos estão a desvalorização das cotas, queda do valor patrimonial e dos rendimentos distribuídos.

Por exemplo: em uma situação na qual o fundo não tem mais rendimentos suficientes para cobrir as despesas com os pagamentos dos juros e das amortizações de uma alavancagem, é provável que a gestão vá vender ativos da carteira.

Essa venda, por sua vez, reduz o valor patrimonial do fundo e, consequentemente, influencia na desvalorização das cotas no mercado.

Além disso, a redução de ativos vai trazer impactos negativos nas distribuições, uma vez que os ativos em carteira, como cotas de FII, CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e imóveis, costumam gerar renda para o fundo.

Desse modo, a alavancagem deve ser uma estratégia muito bem estruturada, a fim de evitar riscos e prejuízos ao fundo e aos cotistas dos fundos imobiliários

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foto: Oliver Imhof Chwang
Oliver Imhof Chwang

Formado em Ciências Contábeis pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali), Oliver atuou como analista contábil por mais de 12 anos e possui 13 anos de experiência como investidor e 8 anos de Ghostwriter.

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