XPML11 amplia lucro, mas busca R$ 305 milhões até dezembro; entenda situação do FII

XPML11 registrou um lucro de R$ 58,363 milhões em maio, o que representa um crescimento de 46,28% em comparação a abril.

XPML11 amplia lucro, mas busca R$ 305 milhões até dezembro; entenda situação do FII
JundiaiShopping está no portfólio do XPML11 - Foto: Divulgação

O fundo imobiliário XPML11 registrou um lucro de R$ 58,363 milhões em maio, o que representa um crescimento de 46,28% em comparação ao resultado de R$ 39,9 milhões anotado no mês anterior. Este avanço reflete um cenário positivo para o segmento de shopping centers, que, impulsionado por fatores sazonais e eventos de consumo, consegue reduzir o impacto das seguidas altas de juros.

O crescimento na receita do XPML11 foi sustentado pelo aumento no fluxo de visitantes nos empreendimentos administrados pelo fundo, especialmente durante o Dia das Mães, que ocorreu em maio. Segundo o Índice de Fluxo de Pessoas, houve uma alta de 2,0% na circulação em shopping centers, efeito atribuído também à estreia do filme “Lilo & Stitch”, que conquistou a maior bilheteria do ano até o momento e atraiu mais visitantes aos centros comerciais.

O setor varejista demonstrou sinais vigorosos de recuperação, com o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) indicando um crescimento real de 1,0% nas vendas em comparação com maio de 2024. Essa melhora impactou positivamente a receita do fundo imobiliário, que atingiu R$ 67,475 milhões no mês. Desse total, R$ 62,296 milhões foram provenientes de receitas imobiliárias, enquanto R$ 2,24 milhões vieram de investimentos em outros fundos imobiliários e R$ 857,1 mil de rendimentos de renda fixa. As despesas do período chegaram a R$ 8,781 milhões.

Mesmo com o aumento de receitas, o XPML11 manteve a distribuição de dividendos de R$ 52,183 milhões em junho, equivalente a R$ 0,92 por cota. Além disso, o fundo possui um resultado acumulado não distribuído de aproximadamente R$ 0,93 por cota, considerando ativos como o Shopping Internacional Guarulhos e o NeoMall FII, que representam participações em empreendimentos de shopping centers.

XPML11: indicadores operacionais e movimentações relevantes

O desempenho operacional do XPML11 também apresentou melhorias. As vendas por metro quadrado atingiram R$ 1.690, um aumento de 1,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. O NOI Caixa por metro quadrado cresceu 13,3%, chegando a R$ 130. Os indicadores de Same Store Sales (vendas nas lojas existentes) e Same Store Rent (aluguel nas mesmas administrações) evoluíram, com altas de 9,6% e 4,0%, respectivamente.

No âmbito de operações financeiras, o fundo recebeu cerca de R$ 32 milhões em maio referentes à correção do saldo da venda de uma Participação em Unidade Econômica (SPE) relacionada ao Shopping Cerrado. Em junho, o XPML11 concretizou a venda de aproximadamente R$ 66 milhões em cotas de fundos imobiliários listados, convertendo esses ativos em caixa. A operação gerou um retorno de CDI + 1,0% ao ano desde sua implementação, já líquido de impostos.

Nesta semana, o fundo anunciou também a venda de sua participação no Shopping D, localizado na Marginal do Tietê, zona norte de São Paulo. A negociação envolve a propriedade indireta de 23% do empreendimento, e o valor da transação é de R$ 22.385.895,19.

Fundo precisa captar R$ 305 milhões até o fim do ano

Em seu relatório gerencial, o XPML11 reiterou a necessidade de captar R$ 305 milhões até o fim do ano para cumprir as obrigações devidas por uma série de aquisições. Uma delas é a do portfólio da SYN, cuja terceira parcela, de R$ 630 milhões, tem vencimento em dezembro.

O valor leva em conta o cronograma de receitas e despesas previstas pelo fundo para os próximos meses. A XP Asset, gestora do FII, acredita que a venda de ativos é uma das possibilidades para essa captação, além da emissão de um CRI e da emissão de novas cotas — hipótese pouco provável diante do atual cenário do mercado de FIIs, em que o fundo vem sendo negociado com desconto.

O XPML11 tem um patrimônio líquido de R$ 6,658 bilhões, ou R$ 117,40 por cota, e fechou o pregão desta terça-feira (8) negociado a R$ 104,75, um P/VP de 0,89x. Os dividendos estão estáveis em R$ 0,92, o que representa um dividend yield anualizado em torno de 10,5%.

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