XPML11 projeta captação equivalente a 7 meses de lucro; entenda situação do fundo
XPML11 precisa de recursos para garantir pagamento de parcelas de compras que têm vencimento previsto até o fim do ano.


O fundo imobiliário XPML11 divulgou seu relatório gerencial de julho, reforçando a necessidade de captar cerca de R$ 347 milhões até o fim de 2025. Este valor é necessário para atender às obrigações referentes a compras parceladas realizadas desde o ano passado e equivale a sete vezes o lucro registrado no mês, de R$ 48,154 milhões.

O relatório mostra uma redução de 17,49% no resultado líquido em relação a junho, de R$ 57,374 milhões. Nesse contexto, o XPML11 distribuiu R$ 52,183 milhões em dividendos, equivalente a R$ 0,92 por cota. Além desse valor, o fundo mantém um resultado acumulado não distribuído de R$ 0,77 por cota.
Os indicadores operacionais e financeiros tiveram uma trajetória positiva no período. Comparado a junho de 2024, as vendas por metro quadrado chegaram a R$ 1.611, registrando avanço de 6,0%. O NOI (Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciações e Amortizações) por metro quadrado atingiu R$ 133, um aumento de 16,8%.
Além disso, métricas como Same Store Sales e Same Store Rent apresentaram variações de 1,7% e 1,4%, respectivamente, indicando estabilidade no desempenho de vendas e aluguéis de lojas que permanecem no portfólio há mais de um ano.
Eventos relevantes para a carteira do FII XPML11 ocorreram em julho, incluindo um pagamento de aproximadamente R$ 2,6 milhões referente ao NOI garantido do portfólio da SYN Prop e Tech. Ainda, houve a conversão do CRI utilizado na aquisição indireta de 10,04% do Shopping Pátio Higienópolis em participação de uma sociedade de propósito específico (SPE), que tem a mesma exposição ao ativo.
Cotação xpml11
Perspectivas do XPML11 para os próximos meses
Segundo o relatório, o XPML11 projeta uma atenção especial ao fluxo de caixa para o restante do ano. A gestão estima que, até o final de 2025, as obrigações assumidas ultrapassarão a soma de recebíveis, disponibilidades e saldos em caixa, resultando em um déficit de aproximadamente R$ 347 milhões. Este cenário, contudo, pode ser alterado conforme novas operações de compra ou venda de ativos sejam concluídas ao longo do período.
Atualmente, o patrimônio líquido do fundo está avaliado em cerca de R$ 6,6 bilhões, enquanto seus ativos imobiliários somam aproximadamente R$ 7,9 bilhões. A dívida total, por sua vez, é de cerca de R$ 560 milhões, garantindo um índice de loan to value (valor do empréstimo frente ao valor dos ativos) de aproximadamente 8%. Este índice é considerado saudável para o setor de fundos imobiliários.
Para atender às necessidades de liquidez sem comprometer a estrutura de capital, a gestão avalia três alternativas principais. A primeira é a venda de ativos, incluindo ações de reciclagem de portfólio para otimizar risco e retorno.
A segunda envolve uma emissão de cotas, embora o valor patrimonial por cota esteja acima do preço de mercado, o que limita temporariamente uma oferta sem impacto na diluição dos investidores.
A terceira possibilidade é a captação de recursos por meio de dívida ou securitização de recebíveis, até o final de 2025, o que vai elevar o nível de alavancagem do XPML11. A gestão ainda não decidiu qual dos caminhos vai tomar e diz que informará o mercado quando houver novidades relevantes.