HFOF11 traz previsões para economia dos investimentos
O HFOF11 é um fundo do tipo papel, com investimentos voltados para outros fundos, ou seja, fundo de fundos.
Dessa forma, o Hedge TOP FOFII 3 FII tem como objetivo auferir valorização e rentabilidade de suas cotas no longo prazo por meio do investimento em cotas de outros FIIs.
Assim, o foco é tanto nos rendimentos quanto nos ganhos de capital, pelo no processo de desinvestimento.
A seguir os principais destaques do relatório gerencial divulgado, dando conta dos resultados de fevereiro de 2021.
Panorama político econômico
Primeiramente, o fundo revela as oscilações do mercado nesse início de ano, com destaque para a saída do presidente da Petrobrás do cargo.
Isso porque a notícia teria aumentado o valor do dólar, desencorajando investidores externos e disparando a taxa de juros.
O fundo entende que essa reação é reminiscência do período Dilma, de alta instabilidade de decisões, que teria trazido consequências difíceis, sobretudo no setor elétrico.
Além disso, propõe que as medidas sugerem o proveito de camadas específicas da sociedade, vinculadas ao governo e que estariam tirando vantagem de seu peso eleitoral.
No mais, o fundo destaca a nova onda de casos do Coronavírus, que chegou mais forte, com maior força de contágio.
Ainda, considerando a dificuldade de avançar no processo de vacinação, prevê mais medidas restritivas e crise no setor de serviços e na economia como um todo.
Números da economia
Sobre a economia de uma forma geral, o fundo ainda destaca a disparada dos juros.
Assim, em determinado ponto, o mercado futuro de depósitos interfinanceiros-DI na B3 projeta juros acima de 7,50% para janeiro de 2023.
A gestão entende que esse resultado parece desconectado da realidade, mas demonstra como o mercado se desestabilizou no fim de fevereiro.
No mais, os números finais foram bem ruins, com:
- Queda do Ibovespa de 4.37%;
- Queda do IMAB de 1,52%;
- Desvalorização do real em relação ao dólar da ordem de 2,49%;
Importante lembrar, contudo, que até o meio do mês de fevereiro todos esses indicadores estavam positivos, com o Ibovespa tendo atingido mais de 121.000, por exemplo.
Nesse contexto, o indicador mais resiliente acabou sendo o IFIX, que subiu 0,25% e segue com variação positiva de 0,57% no ano.
Contudo, se prevê o aumento de juros na próxima reunião do COPOM, em 18 de março, iniciando um ciclo de aperto monetário que deve levar a SELIC a 4,50% até o fim do ano.
Isso porque tal previsão estaria em linha com uma inflação nesses mesmos níveis, o que nos levaria ao fim da situação de juros reais negativos, que tem ocorrido.
Economia mundial
Os destaques no campo externo foram a disparada dos juros, com o Treasury de 10 anos batendo 1,61% e terminando fevereiro com uma alta de impressionantes 42,20%.
Assim, há o receio da volta da inflação.
No mais, começa a crescer, principalmente nos EUA, o temor de que a inflação ganhe corpo devido à retomada da atividade econômica e um novo ciclo de alta nas commodities.
Isso porque os índices das principais bolsas americanas oscilaram bastante.
A perspectiva de volta da inflação e alto crescimento do PIB, acima de 7,00%, traz o temor da antecipação do fim da política monetária dovish.
A política foi praticada pelo FED ao longo dos últimos anos, e se esperava que fosse continuar no mínimo até o fim de 2022.
Em resumo, o fundo entende que a situação da economia mundial atualmente é de instabilidade.
Assim, a prioridade para avanço como um todo deve ser, sem dúvida, a vacinação de forma eficaz, para retorno das atividades.
A economia dos FIIs
No que se refere a situação econômica dos fundos imobiliários, esta é consideravelmente mais positiva.
Durante o mês de fevereiro de 2021, o IFIX, índice dos fundos imobiliários da B3, teve um retorno positivo de 0,25%, mantendo a tendência de alta após o encerramento de 2020.
No que diz respeito às novas emissões, foram captados R$ 5,7 bilhões nos dois primeiros meses de 2021.
O volume é expressivo, sinalizando que as emissões de fundos imobiliários devem manter o ritmo forte do final do ano passado nos primeiros meses deste ano.
Ainda, o atual pipeline de ofertas, que congrega as emissões em andamento e em análise, apresenta volume de R$ 11,7 bi.
Vale destacar a captação dos fundos de tijolo, que representaram 41% do volume captado em 2020, com destaque para os fundos do segmento logístico.
A demanda pela classe de ativo também é verificada no mercado secundário.
Novos investimentos no setor
O volume médio diário de negociação dos fundos imobiliários em bolsa, foi de R$ 287 milhões nos dois primeiros meses de 2021.
Assim, o resultado demonstra uma recuperação em relação à queda de liquidez registrada no primeiro semestre de 2020.
No mais, conforme dados do boletim mensal da B3, os fundos imobiliários superaram a marca de 1,22 milhão de investidores em janeiro de 2021.
Dessa forma, houve um aumento de 60% nos últimos 12 meses, sendo aproximadamente 42 mil novos investidores na média de cada mês.
O destaque segue sendo os investidores pessoas físicas, que representam 74% da base.
Entretanto, há presença cada vez mais crescente dos investidores institucionais e estrangeiros, que tem participado seja por meio de emissões primárias ou aquisições no mercado secundário.
Dentre os investidores institucionais que vêm alocando em fundos imobiliários destacam-se, além dos fundos de fundos:
- Entidades de previdência;
- Fundos multimercados;
- Fundos de ações;
- Investidores estrangeiros;
- Outros;
Por fim, apesar do aumento da volatilidade observada ao longo de 2020 em diversas classes de ativos, os fundos imobiliários seguem como produto com boa relação risco e retorno no longo prazo.
Isso porque, apesar do aumento da volatilidade em 2020, a maior volatilidade foi concentrada no 1T-20, com as incertezas em relação aos impactos do coronavírus.
Durante o 2º semestre, a volatilidade já se encontrava nos patamares mais próximos aos anos anteriores.
Investimentos do HFOF11
Nesse cenário, o fundo aposta no investimento em setores diversos, quais sejam:
- Corporativo: Segmento de maior concentração dos investimentos do HFOF11, em empreendimentos de alto padrão (AAA) em regiões bem localizadas, que contam com elevado nível de ocupação e grandes empresas.
- Logístico: Um dos principais destaques no ano de 2020, registrando aumento na demanda por galpões de qualidade, sobretudo próximos aos grandes centros de consumo, impulsionada pelo comércio eletrônico, novos hábitos dos consumidores e busca por maior eficiência na cadeia logística.
- Mobiliário: O segmento demonstrou resiliência ao longo dos últimos meses, tanto no que diz respeito a inadimplência, que permaneceu relativamente baixa, como no repasse da inflação, o que impulsionou positivamente os rendimentos distribuídos.
- Shoppings: A despeito da recuperação gradual que alguns empreendimentos vinham realizando no último trimestre do ano passado, o setor deve ser negativamente impactado com recentes fechamentos da economia, o que deve se refletir numa reversão na tendência de curto prazo dos dividendos e cotações destes fundos. A previsão se alinha com recentes notícias de fundos dessa natureza.
- Desenvolvimento: A combinação do momento econômico com taxas de juros relativamente mais baixas e recuperação gradual do ciclo imobiliário tende a viabilizar iniciativas de desenvolvimento.
Assim, a carteira de investimentos do HFOF11 está organizada da seguinte forma:
Desempenho do HFOF11
Nesse cenário, o fundo distribuirá R$ 0,55 por cota como rendimento referente ao mês de fevereiro de 2021.
A política de distribuição de rendimentos do fundo está de acordo com a regulamentação vigente, que prevê a distribuição de no mínimo 95% do resultado semestral auferido a regime de caixa.
O resultado contempla as receitas provenientes dos rendimentos recebidos pelos fundos imobiliários investidos, receitas financeiras e despesas operacionais.
No caso de venda de cotas de fundos imobiliários, o resultado considera a parcela correspondente ao lucro menos o prejuízo.
Assim, a diferença nas negociações influencia a distribuição de rendimentos, enquanto a parcela correspondente ao principal é novamente investida de acordo com a estratégia e política de investimentos do fundo.
Liquidez
A negociação das cotas do HFOF11 na bolsa de valores apresenta os seguintes números.
Rentabilidade do HFOF11
Finalmente, para calcular o retorno total bruto, considera-se a renda mensal recebida como ganho de capital retornado da venda da cota negociada na B3.
Após, o cálculo aplica os impostos pertinentes.
A taxa interna de retorno (TIR) líquida leva em consideração os rendimentos distribuídos pelo fundo, reinvestidos no próprio fluxo, e a variação do valor da cota.
A tabela abaixo representa a rentabilidade do HFOF11 .
Para contabilização do valor, pessoas físicas que detêm quantidade inferior a 10% do total de cotas do fundo são isentas de imposto de renda nos rendimentos distribuídos.
No entanto, a tributação incide em 20% de imposto de renda sobre eventual ganho de capital na venda da cota.
Desta forma, a TIR líquida considera o fluxo líquido de impostos e há comparação ao CDI, também líquido, com alíquota de 15%.
Assim, o HFOF11 aposta na diversificação da carteira e gestão ativa para manutenção dos rendimentos, mesmo com o cenário atual de instabilidade.