FIIs de papel: o que você precisa saber antes de investir
Muitos investidores não estão familiarizados com os FIIs de papel. Veja o que você precisa saber antes de investir nos FIIs de CRIs.
Embora a cotação dos fundos imobiliários acabe sendo impactada em um cenário de inflação e juros altos, existe uma classe de FII que pode distribuir bons rendimentos aos investidores durante esse período: os FIIs de papel.
Com a rentabilidade de seus ativos atrelados a movimentação do CDI ou até mesmo índices inflacionários, como o IPCA, os FIIs de papel surgem como uma alternativa interessante a ser analisada pelos investidores.
No entanto, muitos investidores não estão familiarizados com esse tipo de fundo. Para ajudar os cotistas de FIIs a investirem melhor, o Professor Baroni, especialista de fundos imobiliários da Suno, respondeu em vídeo algumas dúvidas dos investidores a respeito dos FIIs de papel. Confira a seguir.
FIIs de papel indexado ao CDI: melhor comprar agora ou quando a Selic começar a cair?
Baroni destaca que um fundo imobiliário de papel que está indexado ao CDI tem uma característica pós-indexada. Dessa forma, não faz muito sentido trazer uma resposta definitiva para esse tipo de pergunta, observada a natureza dessa categoria de FII e a estratégia do investidor quando ele opta por esses ativos.
“Se ela [Selic] voltar a subir, ou voltar a cair, você terá um fundo que é pós-fixado, então não tem muito sentido eu responder se é melhor comprar agora, ou se é melhor esperar a taxa Selic cair”.
Nesse sentido, é necessário entender a dinâmica que os FIIs de papel possuem, que é justamente entregar um rendimento pós-fixado, com determinado prêmio em relação ao CDI tradicional, independente do mesmo estar mais alto ou baixo.
Como os FIIs de papel se comportam com o CDI baixo?
Quando o CDI cai, os ativos de renda variável tendem a ter uma maior atratividade perante o investidor. Geralmente, a partir do momento que se tem um CDI baixo, os fundos imobiliários, em geral, tendem a se valorizar, incluindo os fundos de papel.
No caso dos FIIs de CRIs que possuem um mandato e um direcionamento a uma exposição pós-fixada, ou seja, indexadas ao CDI, esses fundos devem continuar entregando sua rentabilidade baseada no CDI somado a algum porcentual, independente se a taxa DI está alta ou baixa.
No entanto, existem FIIs de papel com um mandato mais híbrido, o que lhes permite ter uma recalibragem no portfólio mais voltado para IPCA ou CDI, dependendo da dinâmica macroeconômica do momento.
Para esses FIIs de papel com mandato mais híbrido, a possibilidade é que com um CDI mais baixo, os gestores tragam uma maior exposição da carteira do fundo aos índices inflacionários, como IPCA e IGP-M, por exemplo.
Quais são os riscos de uma carteira majoritariamente exposta a FIIs de papel?
Primeiramente, para avaliar os riscos de uma carteira majoritariamente exposta a FIIs de papel, é importante entender se essa exposição relevante está considerando a carteira de investimentos como um todo, ou apenas um percentual da carteira que está exposta a fundos imobiliários e se encontra mais posicionada em FIIs de CRI.
No primeiro caso, se o investidor tem seu patrimônio altamente exposto a fundos imobiliários de papel, um dos riscos é o de crédito, que pode se estender de forma sistêmica em algum momento.
Além disso, embora os FIIs de papel possam trazer uma maior rentabilidade ao investidor, ele fica mais impactado com o resultado de valorização patrimonial, não conseguindo ter um crescimento do patrimônio tão significativo.
Reinvestir os dividendos dos FIIs de CRI é importante?
Ao ter muitos fundos imobiliários de CRI na carteira, o rendimento do investidor tende a ser maior. Assim, aquele fundo está “devolvendo” a correção monetária ao cotista, ou seja, a inflação. Desse modo, reinvestir os rendimentos deve ser uma tarefa que todo investidor desse tipo de fundo deveria fazer.
Isso ocorre porque os FIIs de CRIs, em via de regra, tendem a ficar com seus patrimônios mais constantes. Por essa razão, o reinvestimento dos dividendos nesse tipo de ativo se torna muito importante, ao observar o potencial de retorno no longo prazo.