FIIs com liquidez: fundos chegam a mais de R$ 10 milhões negociados por dia

FIIs conseguem forte volume de negociação, mesmo eventualmente com preços unitários mais altos para as cotas.

FIIs com liquidez: fundos chegam a mais de R$ 10 milhões negociados por dia
MCCI11 paga dividendo 11% menor e carteira tem retorno de IPCA + 7,6%. Foto: iStock

Os fundos imobiliários (FIIs) são conhecidos pela dupla possibilidade de ganho que oferecem aos investidores: os dividendos, distribuídos mensalmente pelos principais fundos de acordo com os resultados obtidos, e o ganho de capital, ou seja, a possibilidade de lucrar com a venda de cotas por melhor superior ao da compra.

Para esse segundo aspecto, geralmente as principais preocupações dos investidores passam pelo preço de aquisição: aproveitar oportunidades em que os FIIs estão a preço baixo, como efeito de movimentações da gestão ou mesmo de cenários macroeconômicos, para garantir uma compra “na baixa”.

O que nem sempre é levado em conta, contudo, é a liquidez dos fundos, ou seja, a velocidade com que o cotista consegue realizar a negociação e receber o dinheiro esperado com o ganho de capital.

Um levantamento da Suno apontou os fundos com maior volume financeiro diário de no mercado secundário da B3 em janeiro, com destaque para o XP Malls (XPML11), que registrou um volume médio próximo a R$ 14,9 milhões, seguido pelo TRX Real Estate (TRXF11), com R$ 12,365 milhões.

O Maxi Renda (MXRF11), com R$ 11,274 milhões, está em terceiro no volume financeiro médio. Ele é considerado o FII mais popular no mercado hoje, sendo o único no Brasil até agora a já ter registrado mais de 1 milhão de cotistas.

O top 5 de volume financeiro médio diário é completado por BTG Pactual Logística (BTLG11), com volume médio diário de R$ 10,579 milhões, e pelo Vinci Shopping Centers (VISC11), com R$ 9,874 milhões.

Veja abaixo os 25 FIIs com maior volume financeiro diário em janeiro:

FIIs e liquidez: preço não afeita volume

O resultado dos FIIs com maior volume financeiro mostra que não há relação direta entre a liquidez das cotas e seu valor de mercado: dos cinco ativos com maior volume financeiro de negociações, apenas o MXRF11 é considerado um fundo “base 10”, ou seja, com valor de mercado próximo dos R$ 10, o que tornaria as cotas mais atraentes para investidores de menor porte – entre eles os iniciantes no mercado de fundos imobiliários, que chegou a 2,5 milhões de cadastrados no fim de 2023.

Por causa dessa percepção, vários fundos realizaram ao longo do segundo semestre o chamado “desdobramento” de cotas, que consiste no aumento proporcional das cotas para cada investidor, mas com menor valor individual, sem afetar o valor patrimonial do fundo. Segundo os analistas, a medida cria uma pulverização de cotistas, com potencial de ampliação da base, e tende a facilitar a liquidez dos papéis.

De fato, a decisão amplia as negociações se considerado o volume de cotas, mas sem interferência direta no valor negociado pelos FIIs. Por exemplo, o MXRF11 tem uma média de 1 milhão de cotas negociadas por dia, enquanto o XPML11 movimenta um número bem menos de cotas, cerca de 129 mil por dia. Seu valor de mercado, no entanto, nunca foi inferior a R$ 114 neste ano, considerando os preços de fechamento, o que levou a negociações próximas a um volume de R% 15 milhões diários.

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foto: Fernando Cesarotti
Fernando Cesarotti
Editor

Jornalista, editor do FIIs.com.br. Graduado pela Unesp, com pós-graduação em Jornalismo Literário, com mais de 20 anos de experiência em coberturas de economia, política e esportes. Passagem também pelo meio acadêmico, como professor universitário em cursos de Comunicação e líder de empresa júnior.

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