CPTS11, MXRF11 e XPCA11 estão entre os destaques do Bom Dia FIIs (29/10)
CPTS11 convocou AGE para operar como FII multiestratégia; MXRF11 e XPCA11 detalharam os resultados de setembro.
Os fundos imobiliários CPTS11 e MXRF11 e o Fiagro XPCA11 estão entre os destaques do noticiário nesta terça-feira (29), um dia depois de o IFIX operar em alta na abertura da última semana de outubro.
O índice de FIIs terminou o dia em 3.189,83 pontos, avanço de 0,26% em relação ao resultado da sexta-feira (25), e reduziu um pouco mais o prejuízo acumulado no mês de outubro, agora em 3,51%. No ano, a perda está em 3,67%.
Assim como no pregão de sexta, o IFIX operou no azul o dia todo e marcou sua máxima por volta das 14h30, em 3.195,98 pontos. Depois, perdeu um pouco de tração, mas sempre acima da marca de 3.185 pontos.
Analistas apontam que o cenário de oscilação no mercado de FIIs deve persistir ao longo das próximas semanas, mas que a tendência até quinta-feira (31) é positiva, com a expectativa de investidores pela Data Com de alguns dos principais FIIs, momento que costuma aquecer o mercado.
Depois disso, a tendência pode se inverter diante da iminência de nova reunião do Copom, no dia 6 de novembro, que deve causar novo aumento da Selic, hoje em 10,75% ao ano. O Boletim Focus desta segunda manteve a expectativa de consenso de que a taxa chegará a 11,75% em dezembro, o que significa, provavelmente, dois aumentos de meio ponto até o fim do ano.
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MXRF11 espera rendimento “muito interessante” após novo investimento
O fundo imobiliário MXRF11 registrou um resultado de R$ 40,547 milhões em setembro conforme o regime de caixa, equivalente a R$ 0,0927 por cota. As operações de permutas financeiras pagaram R$ 1,35 milhão de dividendos do MXRF11 no mês. Já o book de CRIs gerou um resultado de caixa de R$ 34,33 milhões. Enquanto isso, no book de FIIs, o resultado totalizou R$ 3,89 milhões.
Por conta do regime de caixa seguido pelo FII e também pelos meses de inflação alta, o MXRF11 conta atualmente com uma reserva acumulada de correção monetária de aproximadamente R$ 4,44 milhões, equivalente a R$ 0,0102 por cota.
Dentre as alocações realizadas no mês, foram investidos R$ 4,09 milhões no book de permutas financeiras e R$ 69,5 milhões no book de FIIs, mais especificamente no fundo imobiliário HGRU11. Esse investimento, segundo a gestão, vai resultar “em amortização relevante e rendimento também muito interessante no mês de novembro para o fundo, além da troca de um ativo ilíquido por um dos FIIs mais líquidos da B3”.
Em relação ao book de CRIs, o MXRF11 integralizou um total de R$ 496 milhões em novos investimentos. Além disso, a gestão destaca o relevante pipeline de CRIs e permutas que estão em estruturação, visando a liquidação no fechamento de outubro. A expectativa da gestão é alocar totalmente os recursos levantados na emissão recente em novas operações até o fechamento de outubro.
XPCA11 anuncia investimento e gestão explica queda nos dividendos
O Fiagro XPCA11 divulgou um resultado de R$ 4,805 milhões em setembro, gerado a partir de um faturamento total de R$ 4,741 milhões com CRA e de R$ 170,8 mil com LCA e ativos de renda fixa. A partir desse resultado, os dividendos somaram um montante de R$ 3,869 milhões, equivalente a R$ 0,085 por cota. Os rendimentos do XPCA11 representam um dividend yield (DY) de 1,26% no mês, ou ainda, 16,08% ao ano. O valor atual ficou abaixo da quantia distribuída no mês anterior.
A gestão explica que, como segue pelo regime de competência, a remarcação de ativo da Agrogalaxy, após o pedido de recuperação judicial, acabou afetando diretamente o pagamento dos rendimentos. Foram dois CRAs, que correspondiam a 7,95% da carteira do Fiagro XPCA11.
A remarcação do ativo contou com um deságio de 50% no CRA CRA022009KI e também de 40% no CRA02300AC9, por conta de uma subordinação em 10% da Cibra, que hoje é um dos principais fornecedores de fertilizantes da Agrogalaxy.
“A subordinação serve como uma barreira para perdas, ou seja, caso tenhamos alguma renegociação que implique em desconto ou deságio (conhecido como haircut no mercado financeiro), primeiro é descontado todo o valor da subordinação, para depois descontar os valores emprestados pelo fundo”, explicou a gestão., dizendo estar em contato com a Administradora para avaliar “a melhor forma de minimizar os impactos na distribuição nos próximos meses”, destaca o relatório.
A partir dessas remarcações, o Fiagro XPCA11 registrou uma diminuição de 2,88% na sua cotação patrimonial em relação ao mês anterior, caindo de R$ 9,49 para R$ 9,21. Durante o último mês, o fundo investiu R$ 8,60 milhões no CRA Sierentz, com remuneração de CDI + 3,80%, e outros R$ 4,32 milhões no CRA Usina Cerradão, com remuneração de IPCA + 8,50%. Também foi destacado a exchange dos ativos da empresa Solubio, o que gerou um ganho de capital de R$ 557 mil.
SNME11 registra dividend yield anual de13,24% com giros de CRIs
O SNME11 registrou um resultado líquido de R$ 840 mil em setembro, correspondendo a um resultado distribuível de R$ 0,11 por cota, com pagamento de proventos de R$ 0,10 por cota, segundo o último relatório gerencial.
O resultado do mês foi originado majoritariamente pela carteira de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), com crescimento das receitas originadas por rendimentos de Fundos Imobiliários investidos de aproximadamente R$ 190 mil para R$ 192 mil. à medida que a equipe de gestão segue fazendo a transição gradual para a alocação alvo entre as classes de ativos da carteira.
O resultado do ganho de capital foi impactado positivamente pelas vendas de SNEL11 e giro de alguns dos CRIs da carteira, com o objetivo de destravar a correção monetária “acruada” destes títulos, resultando em aproximadamente R$ 152 mil líquidos no mês
Além disso, em setembro, a estratégia de ações contribuiu positivamente para o resultado com R$ 42 mil, superior aos R$35 mil que foi sinalizado pela gestão na carta do mês de agosto, fruto majoritariamente da estratégia de lançamento de covered calls.
CPTS11 cai à mínima do ano depois de convocar AGE para mudança de regulamento
O fundo imobiliário CPTS11 fechou em sua cotação mínima do ano no pregão de FIIs desta segunda-feira (28), a R$ 7,24, queda de 3,85% em relação ao resultado de sexta-feira (25), depois de convocar os investidores para uma assembleia geral extraordinária (AGE) em que pede a mudança de regulamento do fundo.
O convite foi feito antes da abertura do mercado, e os pedidos feitos pela gestão dizem respeito à mudança da tese de investimentos do CPTS11, que deseja atuar como um FII multiestratégia, ou hedge fund, aumentando o escopo de ativos ligados ao mercado imobiliário que podem ser negociados.
No último relatório gerencial, divulgado na semana passada, a Capitania, gestora do CPTS11, já havia informado que faria a convocação da AGE diante do interesse de alterar o regulamento e dar mais margem de atuação.
“A proposta visa transformar o CPTS11 em um hedge fund, permitindo maior flexibilidade na gestão para gerar alpha por meio de estratégias diversificadas, adequadas a diferentes momentos dos ciclos imobiliários. Pretendemos modernizar o fundo com essa consulta formal, tornando-o mais eficiente e competitivo no cenário atual”, disse a gestora do relatório.
O mercado, porém, reagiu negativamente à informação e a cotação do CPTS11 rapidamente caiu para cerca de R$ 9,35, para depois descer mais um pouco no fim do período de negociações e fechar no menor valor de mercado desde 5 de maio de 2023, quando o fundo terminou o dia em R$ 7,21.