FII rendendo 23,23% em março? Veja os destaques entre as maiores valorizações do mês
O IFIX registrou uma forte valorização em março após alguns fundos imobiliários surpreenderem com retornos expressivos no mês. Segundo levantamento da Trix, o maior destaque foi o FII SARE11, que encerrou o período com alta de 23,23%, liderando o ranking de desempenho entre os FIIs.
Na sequência, aparecem o BLMG11, com valorização de 16,26%, e o TGAR11, que subiu 15,41%. Completam o top 5: CPTS11 (15,22%) e o RBRP11 (13,45%). Ao todo, dez fundos superaram a marca de 10% de valorização no mês. Veja com detalhes na tabela abaixo, cedida pelo Trix (dados de até 26/03):
| Fundo | Valorização |
| SARE11 | 23,23% |
| BLMG11 | 16,26% |
| TGAR11 | 15,41% |
| CPTS11 | 15,22% |
| RBRP11 | 13,45% |
| VINO11 | 11,84% |
| OUJP11 | 11,53% |
| BARI11 | 11,25% |
| URPR11 | 11,20% |
| RBFF11 | 10,65% |
Apesar da forte valorização em março, o TGAR11 segue negociando com desconto em relação ao seu valor patrimonial por cota (R$ 113,90). Em janeiro, o FII registrou receita de R$ 23,7 milhões. No mesmo mês, o fundo distribuiu R$ 1,00 por cota, o que equivale a um rendimento de dividendos mensal de 1,23%.
Por sua vez, o CPTS11, desde o final de fevereiro, acumula uma valorização superior a 13%, com as cotas passando de R$ 6,33 para níveis mais altos ao longo de março. O desempenho positivo foi acompanhado de uma elevação nos dividendos, com a distribuição subindo de R$ 0,075 por cota em fevereiro para R$ 0,08 em março — o maior valor pago pelo FII nos últimos seis meses.
Já o OUJP11 registrou valorização de 11,53% no mês e reportou lucro de R$ 2,9 milhões em fevereiro, conforme seu relatório gerencial mais recente. A carteira do fundo segue com foco em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), com 64% indexados ao IPCA, 31% ao CDI e 5% ao IGP-M. No momento de alta da inflação, a composição da carteira torna o fundo atrativo.
Na visão da RBR, responsável pela gestão do RBRX11 e RBRP11, no início de 2025 houve um movimento de mercado conhecido como “overshooting” — uma reprecificação exagerada dos FIIs, sem correspondência com os fundamentos operacionais dos ativos. Porém, boa parte desses ativos estão recuperando os preços no mercado secundário.
SARE11: valorização do FII chamou atenção da CVM
O grande destaque de março, o SARE11 manteve a tendência de alta e fechou o mês com maior valorização entre todos os FIIs. O movimento chamou a atenção do mercado e da própria Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que questionou a gestão sobre a oscilação atípica e a movimentação financeira acima da média, chegando a superar a liquidez de fevereiro em apenas um dia.
Em resposta, o fundo explicou que já havia comunicado em novembro de 2024 a contratação de uma assessoria financeira para uma eventual venda de ativos.
A gestão do FII também negou ter fornecido informações ao site Metro Quadrado, que publicou reportagem afirmando que o SARE11 teria recebido propostas para se desfazer de todo o portfólio — incluindo participações no edifício WT Morumbi, no WBC (região da Avenida Paulista) e em um galpão logístico no ABC Paulista.
