FIIs de tijolo estão baratos? Veja se ainda existem oportunidades nos fundos imobiliários
Será que os FIIs de tijolo estão baratos? Veja se ainda existem oportunidades nos fundos imobiliários de tijolo listados na bolsa.
Os FIIs de tijolo, os que investem em ativos reais, têm ganhado força na Bolsa de Valores e atraído a atenção de analistas e investidores com seus preços descontados, ou seja, abaixo de seus valores patrimoniais. A perspectiva mais positiva para esses fundos imobiliários também avança conforme se aumentam as expectativas de corte na Selic pelo Copom, do Banco Central.
Durante evento realizado pela Suno que ocorreu no último fim de semana, o Suno Invest, o analista CNPI Marcos Baroni, especialista em fundos imobiliários da Suno Research, disse que está observando oportunidades de investir em FIIs de tijolo com preços atrativos e que tenham ativos com boas localizações, assim como um maior potencial de crescimento.
Os fundos imobiliários de tijolo acabaram sendo bastante penalizados durante o período da pandemia, com redução dos contratos de locação de escritórios físicos pelas empresas. Mas já é possível observar uma retomada desses FIIs diante dos fundos de recebíveis.
Baroni também destacou o aumento da quantidade de FIIs alavancados, ou seja, com índices de endividamento mais elevados. Para ele, esse movimento é uma consequência do crescimento do mercado de fundos que, por sua vez, teria ficado mais sofisticado, trazendo uma maior variedade de ofertas.
“O mercado de FIIs cresceu, se sofisticou e o investidor também precisa se aprimorar, buscar mais informações. Para isso os fundos precisam ter um maior nível de informação, transparência em seus contratos, para que se entenda a dinâmica da alavancagem, informações, necessidades de caixa, despesas financeiras com juros, carência para que se possa ter uma dimensão melhor de onde está colocando seu dinheiro”, explica.
FIIs de tijolo estão baratos?
Durante o evento, Baroni destacou que sua visão é de que o equilíbrio ideal está na alocação de um terço para FIIs de papel e dois terços para fundos imobiliários de tijolo.
“O ponto é entender o ciclo imobiliário em 5, 10, 15 e 20 anos. Todo mundo conhece alguém que comprou um lote por R$ 20 mil e vendeu por R$ 300 mil. O equilíbrio é entender o ciclo, não somente comprar pela taxa de juros, mas pelo valor que o ativo tem e gera”, afirma.
Segundo a head de fundos de investimentos da XP, Maria Fernanda Violatti, os FIIs de tijolo ainda estão baratos. Ela lembra que quando os juros de fato iniciarem seu movimento de queda, pode ser mais difícil encontrar grandes oportunidades nesse segmento.
Ela aponta que a carteira de fundos imobiliários da XP é composta atualmente por 55% de FIIs de tijolo e 45% de fundos de papel.