Fundo imobiliário vende terreno em São Paulo com prejuízo de R$ 530 mil; veja qual
Em fato relevante, a administradora do fundo imobiliário RBVA11 comunicou a venda de um terreno localizado na cidade de São Paulo (SP). Este imóvel, atualmente vago, possui área de 434,5 m².
A administradora do fundo imobiliário RBVA11 informa que a operação envolve o valor bruto de venda de R$ 825 mil, com recebimento em 5 parcelas semestrais e iguais. A última parcela será paga no primeiro semestre de 2025. Além disso, as parcelas serão corrigidas pelo IPCA + 6,5% ao ano.
A operação tem como garantia a alienação fiduciária do imóvel em favor do fundo imobiliário, “mitigando assim o risco de crédito da operação”.
Segundo a administradora, a alienação foi efetuada por um valor em linha com o último laudo de avaliação do terreno, feito em dezembro de 2022.
Por semestre, será apurado um prejuízo de R$ 530 mil, equivalente a menos de R$ 0,01 por cota ao mês, “o que já está projetado no guidance divulgado pela gestão e não deve impactar negativamente a distribuição de rendimentos do fundo”.
Fundo imobiliário explica motivo de a alienação fazer sentido
A administradora do RBVA11 comenta que, apesar do prejuízo contábil, o terreno gerou um “lucro econômico” ao fundo imobiliário, já que fez parte de um acordo firmado com a Caixa Econômica Federal em novembro de 2018.
Em 2012, na operação com a Caixa que deu início ao FII, alguns imóveis foram contratados no formato Built to Suit, em que o fundo imobiliário comprou imóveis ou terrenos para a adequação/construção e posterior locação do banco, mediante celebração de contratos de locação atípica.
A administradora comenta que o terreno vendido recentemente era um desses imóveis.
No ano de 2015, a Caixa havia comunicado a suspensão de seu plano de expansão. Na ocasião, a administradora cita que o RBVA11 possuía 3 imóveis em obras (incluindo o terreno em questão) ou prontos para serem formalmente entregues ao banco.
Já em 2019, foi firmado um acordo entre o fundo imobiliário e a Caixa, que previa questões como a rescisão do contrato de locação do terreno, que passou a ser o único ativo vago do portfólio do FII.
Apesar disso, houve contrapartidas:
- foi realizada a formalização do recebimento dos imóveis Pátio do Colégio e Pedro Vicente por parte da Caixa, com contratos atípicos de locação com prazo de 120 meses, vigentes até novembro de 2029, e
- foi pactuada a prorrogação, após 2022, por mais 60 meses dos contratos atípicos de locação de 7 outros imóveis, postergando os respectivos vencimentos para novembro de 2027.
A administradora cita que, diante do acordo, a gestão conseguiu alongar o prazo contratual de cerca de 9% de sua receita imobiliária contratada na época para 2027.
Segundo a administradora, com isso, ao considerar o “início do contrato de locação dos 2 imóveis de São Paulo por 10 anos e prorrogação contratual de mais 7 imóveis por 5 anos, além da manutenção da propriedade do Terreno Campo Limpo, o ganho econômico do fundo foi de mais de R$ 18 milhões”.
Por fim, a administradora do fundo imobiliário RBVA11 comenta que o terreno possuía um custo anual próximo a R$ 36 mil por ano. O valor considera “segurança e IPTU, além do custo de oportunidade de capital”.