Fundo imobiliário dispara após notícia de possível venda; IFIX tem 12ª alta seguida

Fundo imobiliário SARE11 sobe mais de 10%; IFIX chega a 12 altas consecutivas, turbinado por pagamento de dividendos.

Fundo imobiliário dispara após notícia de possível venda; IFIX tem 12ª alta seguida
WT Morumbi é um dos ativos do SARE11 - Foto: Divulgação

O fundo imobiliário SARE11, que atua no segmento de renda urbana e é ligado ao grupo Santander, subiu mais de 10% e liderou o volume de negociações no mercado de FIIs nesta terça-feira (18), após a informação de que seus ativos podem ser negociados. O pregão foi marcado por mais uma alta do IFIX, a 12ª consecutiva, na véspera de novo anúncio do Copom sobre a Selic.

O índice de FIIs teve mais um dia de oscilação positiva durante todo o período de mercado aberto e fechou em 3.236,94 pontos, alta de 0,52% em relação ao resultado da véspera. O IFIX chegou a bater na máxima de 3.239,00 pontos por volta do meio-dia.

Além do momento positivo das últimas semanas, puxado pelo desconto excessivo de muitos FIIs após o período acumulado de queda, entre setembro de 2024 e janeiro deste ano, o IFIX pode ter sido turbinado nesta terça pelos dividendos distribuídos por mais de 100 fundos, que fazem seus pagamentos no décimo dia útil – mais tardio, neste mês de março, por causa do Carnaval.

Só um deles, o MXRF11, dono da maior base de cotistas do mercado, pagou mais de R$ 39 milhões a seus mais de 1,2 milhão de investidores, ou R$ 0,09 por cota. Boa parte desse valor, apontam especialistas, é injetado novamente para o aumento das carteiras, especialmente no caso de investidores já habituados e confiantes no momento positivo.

Nesta quarta-feira (19), o IFIX pode igualar sua maior sequência recente, de 13 altas, registrada na virada de 2023 para 2024, um momento em que o cenário era de Selic em queda. Curiosamente, logo após o fechamento do pregão o Banco Central deve divulgar um novo aumento de um ponto percentual na taxa básica de juros, para 14,25% ao ano, o maior valor desde agosto de 2016.

Para analistas, no entanto, o mercado de FIIs deve seguir aquecido, ao contrário do que normalmente acontece nos períodos de elevação da Selic. Isso acontece porque muitos ativos seguem fortemente descontados, mesmo com a valorização recente, ao mesmo tempo que o mercado já projeta juros menores para 2026 e, por isso, aproveita as oportunidades para se posicionar.

IFIX – resumo do dia 18/03/2025

Fundo imobiliário SARE11 dispara mais de 10%

O fundo imobiliário SARE11 fechou o pregão em alta de 10,64%, cotado a R$ 4,68, depois de alcançar a máxima de R$ 4,87, o que seria uma valorização de mais de 15%. Além disso, o FII também teve o maior volume de negociações, com mais de 2,4 milhões de cotas negociadas e liquidez de R$ 11,3 milhões.

Na semana passada, o FII do Santander já havia registrado uma movimentação similar, fora de seus padrões, mas sem grande flutuação de valor. Como comparação, em todo o mês de fevereiro, o fundo registrou movimentação de R$ 7,772 milhões, com pouco mais de 2 milhões de cotas negociadas.

Pela manhã, o site Metro Quadrado publicou reportagem com a informação de que o SARE11 recebeu propostas para a venda de todos os seus ativos: 75% do edifício WT Morumbi, na região da Chácara Santo Antonio, zona sul de São Paulo; o WBC, na rua Bela Cintra, região da Avenida Paulista; e um galpão logístico em Santo André, no ABC paulista. No fim do ano passado, o fundo vendeu outro galpão, em Barueri.

O texto diz que a gestão vai avaliar as propostas e levar as melhores para avaliação dos cotistas em Assembleia Geral Extraordinária (AGE). Caso as negociações sejam aprovadas, o fundo deve ser liquidado. A alta desta terça levou o SARE11 a sua maior cotação desde junho do ano passado, mas o preço ainda está bastante descontado em relação ao valor patrimonial, de R$ 7,69, conforme atualização informada nesta semana.

O IFIX é o principal índice do mercado de FIIs e tem sua carteira teórica renovada a cada quatro meses pela B3. Entre os indicadores para que um fundo imobiliário seja selecionado estão valor patrimonial, regularidade no pagamento de dividendos e liquidez das cotas. A atual formação da carteira, com 117 fundos, foi divulgada em janeiro e vai até o fim de abril. Após o último pregão deste mês, a Bolsa divulgará a primeira prévia da nova carteira, para que os investidores possam antecipar eventuais movimentações.

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foto: Fernando Cesarotti
Fernando Cesarotti
Editor

Jornalista, editor do FIIs.com.br. Graduado pela Unesp, com pós-graduação em Jornalismo Literário, com mais de 20 anos de experiência em coberturas de economia, política e esportes. Passagem também pelo meio acadêmico, como professor universitário em cursos de Comunicação e líder de empresa júnior.

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