RVBI11 mantém carteira estável em meio a processo de fusão; entenda


O fundo imobiliário RVBI11 decidiu manter a estabilidade e evitar durante o mês de junho movimentações relevantes na carteira de FIIs, equivalente a mais de 90% de seu patrimônio líquido. A decisão foi motivada principalmente pelo elevado nível de desconto nas cotas, que tornaria qualquer negociação desfavorável em termos de retorno.

Além disso, a gestão buscou preservar a harmonia com os investidores diante de processos de consolidação com os FIIs BPFF11 e HGFF11, que devem ser unificados em apenas um fundo imobiliário nos próximos meses. A AGE do BPFF11 já aprovou a liquidação, com a transferência dos ativos para o RVBI11, enquanto a do HGFF11 segue com prazo para manifestação até o mês de agosto de 2025.
A ideia é unificar os três fundos em apenas um ativo, com foco em investimentos multiestratégia, o que permite alocar recursos em qualquer tipo de ativo ligado ao mercado imobiliário. Isso inclui desde ativos financeiros, como CRIs, cotas de outros FIIs e ações de empresas do setor listadas na B3, até imóveis, seja de forma direta ou por meio de sociedades de propósito específico (SPEs).
Com essa decisão, o RVBI11 terminou o mês de junho com um resultado distribuível de R$ 6,874 milhões, proveniente de receitas totais de R$ 5,437 milhões, após deduzir despesas operacionais de R$ 626,1 mil. A distribuição de dividendos aos cotistas totalizou R$ 7,193 milhões, equivalente a R$ 0,70 por cota, alinhada à política de manter uma renda recorrente consistente.
Os dividendos do RVBI11 reflete um dividend yield anualizado de aproximadamente 12,8% com base no valor de mercado das cotas, ou 11,1% considerando o valor patrimonial. Apesar do bom desempenho na distribuição de dividendos, as cotas do fundo sofreram uma queda de 0,3% no mercado secundário, enquanto o índice de referência, IFIX, apresentou alta de 0,6% no mesmo período.
RVBI11 atualiza sobre CRI inadimplente
A gestão atualizou informações sobre o CRI Medabil, emitido em janeiro de 2022, no valor inicial de R$ 20,6 milhões, com remuneração baseada em IPCA + 8% ao ano. Atualmente, o saldo devedor dessa operação é de R$ 14,5 milhões, dos quais o fundo detém R$ 3,9 milhões, representando aproximadamente 0,5% do patrimônio líquido do fundo.
Essa operação enfrenta adversidades, já que a empresa Medabil, emissora do CRI, encontra-se em recuperação judicial e com aluguéis em atraso, conforme relatado em maio de 2024. O seguro fiança foi acionado, e em setembro de 2024 setembro foi recebido o primeiro repasse da seguradora, cobrindo os valores acumulados até então.
Desde esse marco, novos valores inadimplentes vêm sendo cobertos mês a mês pelo seguro. Assim, a operação do CRI permanece adimplente, com os pagamentos sendo honrados via seguro conforme os termos contratuais, conforme destaca a gestão.
Embora o RVBI11 mantenha uma política conservadora, a gestão está atenta às oportunidades de consolidar ativos e aprimorar sua estrutura de rentabilidade. A estratégia de preservação patrimonial segue firme, sem alterações na composição da carteira até o momento, refletindo a prioridade do fundo em fornecer renda recorrente e evitar perdas em um cenário de instabilidade.