SNEL11: investidores vão se beneficiar com alta nas tarifas de energia, diz gestão
Adoção da bandeira amarela pela Aneel implica em alta nas receitas de locação das usinas de propriedade do SNEL11.


O recente anúncio da Aneel sobre a ativação da bandeira tarifária amarela em maio traz efeitos positivos para investidores do SNEL11, fundo imobiliário da Suno Asset especializado em locação de ativos de geração distribuída de energia solar.

A bandeira amarela é acionada para sinalizar condições menos favoráveis de geração de energia, geralmente devido à menor possibilidade de chuvas. Ela adiciona R$ 1,88 na conta de energia a cada 100 kWh consumidos pelos cidadãos.
Guilherme Barbieri, head do SNEL11, explica que o reajuste no custo da energia reforça a atratividade econômica dos contratos de locação firmados pelo fundo, que contam com cláusulas de reajuste em momentos como esse. “Os contratos atuais possuem mecanismos que capturam esse tipo de variação. É um movimento que contribui para o crescimento real da receita do fundo no médio prazo”, afirmou o gestor.
Barbieri destacou ainda que a estrutura contratual do SNEL11 prevê o reajuste nos valores de locação com um descasamento de 90 dias, em momentos como esse. “Efetivamente, em D+90, essa inflação é refletida nos nossos fluxos de caixa, trazendo maior previsibilidade e proteção aos cotistas”, explicou.
Na avaliação do executivo, o ambiente de elevação das tarifas de energia favorece ativos de geração distribuída com perfil de longo prazo, como é o caso do portfólio do fundo. “Em momentos de pressão tarifária, a geração própria de energia solar torna-se ainda mais competitiva, fortalecendo a atratividade dos nossos contratos junto aos consumidores finais”, completou.
SNEL11: entenda a estratégia do fundo
O SNEL11 ampliou recentemente sua base de usinas solares em diferentes estados, com a aquisição de cinco plantas já em funcionamento em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, por R$ 123,4 milhões. Em seu último relatório gerencial, o fundo imobiliário reportou um índice de inadimplência próximo a zero, aliado a contratos de longo prazo com correções inflacionárias.
Com a expectativa de manutenção do cenário de custos energéticos elevados nos próximos meses, a gestão prevê impactos positivos adicionais sobre a distribuição de rendimentos ao longo do segundo semestre. Na semana passada, o fundo pagou dividendos de R$ 0,10 por cota aos investidores.
O fundo já tinha em seu portfólio plantas nos estados do Ceará, Pernambuco, Goiás e Minas Gerais. Vitor Duarte, diretor de investimentos da Suno Asset, conta que os vendedores das usinas optaram por investir parte dos recursos pagos pela gestora em cotas do fundo, porque acreditam no projeto criado pela gestora e na tese de consolidação do setor. “O SNEL11 é um veículo com liquidez e preço, que tem tido um papel de consolidador da indústria”, aponta.
Ao longo do ano, outras aquisições devem ser anunciadas, com valores de cerca de R$ 170 milhões. O caixa do SNEL11 ainda conta com recursos para financiar parte das compras, e o restante pode ser financiado por meio de dívidas de longo prazo atreladas aos recebíveis do fundo.
Os novos ativos devem garantir maior previsibilidade de receita e diversificação geográfica, considerando a expansão para as praças de Rio e São Paulo. Isso deve reduzir a percepção de risco do investidor, além de permitir otimização de custos e oferecer maior poder de barganha em negociações futuras pelo time de gestão do SNEL11.