XPML11 conclui venda bilionária de shoppings e encaminha restruturação de capital
O fundo imobiliário XPML11 concluiu a venda de participação em nove shoppings de seu portfólio, em uma transação avaliada em R$ 1.651.579.978,79. A negociação vai permitir à gestão reduzir a alavancagem do FII e estender por mais tempo o atual patamar de distribuição de dividendos.
Os shoppings envolvidos na negociação são os seguintes:
- 45% do Tietê Plaza Shopping, em São Paulo;
- 15% do Partage Santana Shopping, em São Paulo;
- 25% do Campinas Shopping, em Campinas (SP);
- 20% do Grand Plaza Shopping, em Santo André (SP);
- 17,5% do Caxias Shopping, em Duque de Caxias (RJ);
- 100% do Shopping Downtown, no Rio de Janeiro;
- 40% do Shopping Metropolitano Barra, no Rio de Janeiro;
- 39,99% do Shopping Ponta Negra, em Manaus;
- 14,31% do Shopping Bela Vista, em Salvador.
O XPML11 informou ter recebido o sinal, no valor de R$ 1.028.300.649,01, e ainda terá direito a uma parcela em dinheiro de R$ 52.344.604,17, com pagamento em 15 de janeiro de 2026 e correção por 50% do CDI até a data do pagamento. O restante do valor, de R$ 528.505.593,21, terá um prazo de cinco anos, sem detalhamento de prazos pela XP Asset, gestora do fundo.
O XPML11 informou que parte do pagamento, no valor de R$ 191.471.000,00, foi usado na integralização de cotas subordinadas do FII Master, responsável pelas aquisições. Esse fundo tem prazo determinado de 5 anos, com possibilidade de extensão de 1 ano. Isso manterá o FII como proprietário indireto dos ativos vendidos, com rentabilidade projetada para 20% ao ano.
“Essa configuração consolida a operação como uma iniciativa que combina liquidez imediata para o fundo com a captura de valor de longo prazo para os cotistas”, aponta a gestão do XPML11.
XPML11 realinha estratégia; veja impacto nas receitas
A venda representou uma solução para o principal problema de curto prazo do XPML11, que era quitar parcelas de aquisições feitas a prazo com. Os pagamentos chegavam a cerca de R$ 780 milhões, e, pela previsão de caixa anunciada ao longo do ano em relatórios gerenciais, o fundo precisava captar cerca de R$ 350 milhões.
“A transação representa um movimento estratégico orientado à geração relevante de liquidez, com ganho de capital expressivo, otimização da estrutura de capital e aprimoramento contínuo da qualidade do portfólio”, defende a XP Asset.
O ganho de capital será de aproximadamente R$ 278,2 milhões, ou R$ 4,75 por cota, considerando o valor total da venda. Parte relevante do resultado está no Neomall FII, integralmente detido pelo fundo, o que permitirá à gestão linearizar a distribuição dos dividendos do XPML11.
O valor está estabilizado há um ano na casa de R$ 0,92 por cota. A gestão informou, no último relatório gerencial, referente a outubro, a manutenção do guidance de dividendos no patamar atual, entre R$ 0,86 e R$ 0,92 por cota, até o fim do primeiro semestre de 2026.