Conheça 5 fundos de papel para quem não quer “passar aperto” na bolsa de valores

Conheça 5 fundos de papel para quem não quer “passar aperto” na bolsa de valores
Fundos Imobiliários. Foto: Freepik

Os fundos de papel de perfil high grade vêm ganhando relevância entre investidores que buscam previsibilidade, estabilidade e menor volatilidade nos rendimentos. Dentro desse grupo, alguns dos nomes mais representativos são GAME11, MCCI11, RBRR11, SNCI11 e VRTA11 — cada um com estratégias próprias, mas unidos por um objetivo comum: entregar consistência em um mercado que convive com ciclos de juros altos e seletividade crescente no crédito.

O GAME11, da Guardian, tem uma carteira majoritariamente concentrada em operações corporativas de alta qualidade, com garantias robustas e contrapartes sólidas. Essa característica, diz a gestão,reduz oscilações e torna o fundo uma alternativa conservadora entre os FIIs de CRI.

Por sua vez, o MCCI11, da Mauá Capital, consolidou um histórico de disciplina na análise de risco e foco em estruturas bem protegidas, com LTVs baixos, covenants claros e uma política ativa de diversificação.

O RBRR11 segue uma linha semelhante, apostando em operações com forte amparo jurídico e boa capacidade de pagamento. Sua carteira, distribuída em mais de 50 ativos, prioriza previsibilidade e busca retornos ajustados ao risco, reforçados pelo desconto com que o fundo ainda negocia no mercado secundário.

O SNCI11, da Suno Asset, também mantém uma abordagem conservadora: embora faça operações pontuais de maior retorno, privilegia estruturas sólidas e seleções que combinam proteção e remuneração.

Fundos de papel: veja o perfil e última movimentações

MCCI11: rendimento estável e alta diversificação

O MCCI11 encerrou setembro com 97% dos recursos alocados em ativos-alvo, distribuídos em 29 CRIs e 20 FIIs de CRI, cobrindo diversos setores do mercado imobiliário. Todos os títulos seguem adimplentes, e as parcelas com vencimento em outubro de 2025 já foram integralmente quitadas.

O fundo conta com CRIs adquiridos, em média, a IPCA + 7,6%, mas marcados hoje a IPCA + 9% no valor patrimonial, refletindo o impacto da alta das NTN-Bs sobre o preço desses papéis. Parte relevante da carteira — cerca de R$ 138,5 milhões — está alocada em fundos de CRI negociados no mercado, que vêm entregando um dividend yield médio de 14,9% ao ano, segundo a gestão.

GAME11: equilíbrio entre IPCA e CDI

O GAME11 mantém uma divisão estratégica entre os indexadores: 73% da carteira indexada ao IPCA (spread médio de 11,4%) e 27% ao CDI (spread de 8,5%). O fundo busca oportunidades no mercado secundário para melhorar resultado sem abrir mão da liquidez.

Em agosto, a cota oscilou entre R$ 8,40 e R$ 8,57, encerrando o mês em R$ 8,49, com desempenho levemente negativo. A duration média de 4,4 anos e o perfil majoritariamente high grade reforçam a postura conservadora do portfólio, que entregou resultado líquido de R$ 1,94 milhão no período.

SNCI11: movimentações estratégicas

O SNCI11 vem realizando ajustes cirúrgicos na carteira. Nas aquisições mais recentes, aportou recursos em operações como a segunda tranche do CRI LocPay Sênior (prefixado a 23,87%) e o CRI MZM V (IPCA + 12,95%). Do lado das vendas, reduziu posições em CRIs com taxas mais baixas, como GPA V e Copagril, além de quitar integralmente o CRI Carvalho Hosken.

O fundo encerrou setembro com R$ 28,1 milhões em caixa, reforçando a capacidade de aproveitar oportunidades no mercado primário e continuar ajustando o portfólio em favor de maior retorno ajustado ao risco.

VRTA11 visa operações de maior retorno

O VRTA11 adquiriu novas posições em operações de retorno elevado, como o CRI Epitácio (CDI + 4%) e o CRI Summus (IPCA + 11,5%). O resultado contábil de outubro foi de R$ 11,6 milhões, com distribuição de R$ 0,85 por cota.

O fundo ainda conta com R$ 46,8 milhões em caixa, equivalente a 3,5% do PL, e quatro CRIs na reta final de análise, que podem acrescentar R$ 65 milhões em novas alocações ainda em 2025.

RBRR11 mira conservadorismo e diversificação

O RBRR11 investiu recentemente R$ 900 mil no CRI Carteira MRV IV, remunerado a IPCA + 12,40% ao ano. Com R$ 1,39 bilhão em patrimônio, distribuídos em 51 ativos, o fundo negocia com desconto de 8,73% em relação ao valor patrimonial.

A duration média da carteira é de 4,1 anos, com spreads de CDI +2,05% e IPCA +9,42%, refletindo uma postura conservadora e um nível de risco reduzido, alinhado ao que se espera de fundos de papel high grade.

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foto: Vinícius Alves
Vinícius Alves
Jornalista

Jornalista formado na Faculdade Cásper Líbero. Com passagens pela Agência Estado e Editora Globo.

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