FIIs: mercado segue em retração e IFIX acumula 1,84% de queda em nove pregões
Apesar do cenário macro negativo, alguns FIIs têm conseguido manter valorização das cotações; analistas recomendam cautela com vendas.
O mercado de fundos imobiliários (FIIs) manteve a tendência de queda das últimas semanas no pregão desta quinta-feira (25), e o IFIX caiu pela oitava vez nos últimos nove dias úteis. Desta vez, o recuo foi de 0,14% em relação à véspera, com fechamento em 3.360,86 pontos.
É o menor valor de fechamento desde 29 de fevereiro, quando o índice parou em exatos 3.360 pontos. De lá para cá, o índice de FIIs passou por uma forte tendência de alta, com dez máximas históricas em pouco mais de um mês, até o recorde de 3.423,95 pontos, em 12 de abril.
Depois disso, o IFIX iniciou o atual recuo, que chega a 1,84% no acumulado dos últimos nove pregões. Analistas apontam que o cenário é consequência da abertura das curvas de juros futuros, provocada por projeções mais lentas de quedas das taxas de juros tanto nos EUA como no Brasil.
Essa alta tem feito com que os títulos NTN-B, papeis do Tesouro Direto atrelados ao IPCA, venham sendo negociados com spread superior a 6%, o que atrai investidores que vinham trocando a renda fixa por opções de renda variável.
Pedro Dafico, analista de FIIs da Suno Research, aponta que, apesar dessa queda, o mercado de FIIs permanece promissor no médio e longo prazo e o investidor não deve se desfazer de suas posições sem observar o cenário como um todo. “O foco do investimento em FIIs tem que ser no longo prazo, sem decisões no calor do momento”, aponta o especialista.
No pregão desta quinta, como nos últimos dias, o IFIX alcançou sua máxima logo nos primeiros minutos do dia, em 3.367,04 pontos, mas logo retomou a tendência de tração e foi caindo até o piso de 3.359,49 pontos às 16h41.
A queda do IFIX acumulada em abril é de -1,39%, na comparação com o último dia útil de março. Desde o início do ano, contudo, o índice permanece com resultado positivo de 1,41%.
FIIs: altas e baixas do dia
É verdade que o dia não foi ruim para o resultado de todos os fundos imobiliários. O VGHF11, por exemplo, subiu 1,27%, negociado a R$ 8,76 no fim do pregão. O PLCR11 teve alta de 0,90%, a R$ 88,70, enquanto o ALZR11 subiu 1,02%, cotado a R$ 114,10.
Na outra ponta, o RBRL11 ficou entre as principais quedas, com desvalorização de 3,25%, negociado a R$ 81,27. O PATL11 recuou 2,16%, a R$ 63,10, e o RZAK11 caiu 2,13%, cotado a R$ 85,15 no fechamento.
O MXRF11 liderou o volume de cotas negociadas, com quase 1,1 milhão de cotas mudando de propriedade ao longo do pregão. O CPTS11 veio em seguida, com 911 mil cotas, enquanto o GARE11 movimentou 759 mil cotas.
Como é formado o índice dos fundos imobiliários
A composição do índice é feita a partir das cotações e volumes de negociações dos fundos imobiliários que formam a carteira teórica do IFIX, modificada a cada quatro meses pela B3. A atual composição, com 104 fundos, vale até o fim de abril, mas passou por mudanças desde o início do ano, com a saída de alguns fundos que estavam presentes no índice e deixaram de ser negociados.
Na semana passada, a B#3 divulgou a segunda prévia da carteira do IFIX que será adotada a partir de 2 de maio, com 111 FIIs. A última sai antes do pregão do dia 30, que encerra o mês. O objetivo das prévias é facilitar a movimentação de investidores em relação a eventuais mudanças em suas carteiras e evitar oscilação excessiva.