FIIs de papel: URPR11, MCCI11 e VRTA11 lideram retornos em setembro

FIIs de papel: URPR11, MCCI11 e VRTA11 lideram retornos em setembro
FIIs - Foto: Pixabay

Os FIIs de papel registraram desempenho positivo em setembro, com destaque para o URCA Prime Renda (URPR11), Mauá Capital Recebíveis (MCCI11) e Fator Verità (VRTA11), que lideraram o ranking dos maiores retornos no mês, segundo levantamento da Quantum Finance.

O URPR11 teve a maior valorização, com alta de 8,17%. Na segunda posição, o MCCI11 apresentou ganho de 6,09%. Já o VRTA11, do Banco Fator, avançou 5,71% no período.

FundoNúmero de cotistasRetorno em setembro
URPR1168.1568,17%
MCCI11110.0366,09%
VRTA11110.5995,71%
HGCR11100.3784,32%
RBRY1161.0104,15%
XPCI1168.7093,75%
RZAK1144.9673,00%
PORD1145.8672,62%
AFHI1138.3092,40%
BTCI11192.5182,29%
Fonte: Quantum Finance

Entre os demais destaques, aparecem o Patria Recebíveis (HGCR11), com retorno de 4,32%, e o RBR Crédito Estruturado (RBRY11), com 4,15%.

FIIs de papel se valorizaram, mas o desconto das cotas ainda permanece na maioria 

Mesmo assim, os fundos ainda estão descontados. Ou seja, o valor dos FIIs de papel negociados em bolsa, em sua grande maioria, estão abaixo dos seus valores patrimoniais. 

Muitos fundos estão negociados abaixo do valor patrimonial, não necessariamente por um problema dos fundos imobiliários ou de nenhum FII especificamente, comenta Rodrigo Possenti da Fator, responsável pelos fundos VRTA11, VRTM11 e OUJP11. Ele comenta que muitos fundos de papel continuam com os fundamentos bons, dando vantagens para o investidor de longo prazo.   

Em entrevista ao Prof. Baroni, o gestor Guilherme Antunes, responsável pela área de crédito da RBR, abordou os motivos pelos quais diversos fundos de CRI — os chamados “fundos de papel” — vêm negociando com desconto.

Antunes comenta que o mercado ainda não sabe precificar o risco dos ativos de forma eficiente. “Muitos investidores olham apenas o dividendo passado, sem dimensionar os ganhos futuros”. 

Ele dá exemplo do caso do RBRR11 que está descontado em relação ao seu valor patrimonial. Ele comenta que se colocasse seus ativos à venda para um outra gestora, ele conseguiria vender com ágio. A taxa MTM do RBRR11, está em IPCA + 9,5%. O spread em relação às NTN-Bs é de 200%. Isso demonstra que comprar fundos de qualidade com desconto apresenta oportunidades de ganhos futuros. 

A gestora citada ainda possui outros fundos de papel, como RPRI11, RBRY11, PULV11 e o RBRX11, que é hedge fund com uma carteira recheada de CRIs.

Além dos fundos de papel, os multiestratégia – ou hedge funds – também estão “descontados” e com boas oportunidades. De acordo com Pedro Van Der Berg, gestor do ZAGH11, da  Zagros, “o segmento de hedge funds irá se consolidar ainda mais, já que esses fundos conseguem se aproveitar melhor dos ciclos e oportunidades do mercado imobiliário”.

Esses FIIs têm a vantagem de misturar em carteira diferentes ativos, tanto de crédito imobiliário quanto ações de empresas e até imóveis. 

Mas há gatilhos para valorização dos fundos, dizem os gestores

Se os fundos estão indo bem, o mercado ainda tem espaço para melhorar. Marcos Freitas, CIO da AZ Quest e gestor do AZPL11, lembra que o mercado é guiado por expectativas. “Chegamos a uma Selic alta, mas agora o mercado começa a olhar para frente e precificar a queda. 

Se olharmos para o IFIX, já houve uma melhora significativa em 2025, e a expectativa é de continuidade desse movimento”, afirma.

Com a Selic em 15% e um ciclo de alta que dura meses, a inflação pode começar a ceder no médio prazo. 

De acordo com o Safra, os determinantes da inflação estão melhorando. A perspectiva de menor crescimento mundial reduziu os preços das commodities no mercado internacional, especialmente do petróleo. A redução do preço do dólar desse ano também ajudará a amenizar as pressões de preços. 

Isso significa que os juros futuros podem sofrer uma queda nas taxas, no jargão do mercado, um fechamento da curva de juros. Ou seja, a carteira desses fundos de papel pode ter uma valorização expressiva. Isso pode gerar um gatilho para valorização dos FIIs de papel

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foto: Vinícius Alves
Vinícius Alves
Jornalista

Jornalista formado na Faculdade Cásper Líbero. Com passagens pela Agência Estado e Editora Globo.

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