FIIs: após sétima queda em oito pregões, IFIX tem menor fechamento desde 29/2
Índice de FIIs mantém tendência de queda, mas analistas apontam para cuidado com decisões precipitadas que podem causar prejuízo.
O mercado de fundos imobiliários (FIIs) manteve-se em tendência de retração no pregão desta quarta-feira (24), e o IFIX fechou em queda pela sétima vez nos últimos oito dias, desta vez em recuo de em relação à véspera.
É o menor valor de fechamento desde 29 de fevereiro, quando o índice parou em exatos 3.360 pontos. De lá para cá, o índice de FIIs passou por uma forte tendência de alta, com dez máximas históricas em pouco mais de um mês, até o recorde de 3.423,95 pontos, em 12 de abril.
Depois disso, o IFIX iniciou o atual recuo que, segundo analistas, tem origem na abertura das curvas de juros futuros, provocada por projeções mais lentas de quedas de juros tanto nos EUA como no Brasil.
“Com isso, os títulos NTN-B, papeis do Tesouro Direto atrelados ao IPCA, vêm sendo negociados com spread em torno de 6%, e o investidor tende a migrar da renda variável para esses títulos que são menos expostos ao risco”, explica Pedro Dafico, analista de FIIs da Suno Asset.
Ele explica, contudo, que não é hora de se desfazer de nenhum investimento, porque o mercado de FIIs permanece promissor no médio e longo prazo.
“Para quem está em formação patrimonial, é um bom momento para adquirir cotas a preços mais atrativos. O foco tem que ser no longo prazo. E quem já está posicionado deve ter paciência e disciplina e manter sua estratégia, não tome decisões no calor do momento”, completa Dafico.
No pregão desta quarta, o IFIX alcançou a máxima de 3.375,50 pontos nos primeiros minutos, mas logo retomou a tendência dos dias anteriores, batendo no piso de 3.363,71 pontos às 16h18, para voltar a subir até o fechamento das negociações.
A queda do IFIX acumulada em abril é de -1,25%, na comparação com o último dia útil de março. Desde o início do ano, a valorização acumulada do índice é de 1,55%.
FIIs: altas e baixas do dia
Em mais um dia negativo para índice de fundos imobiliários, o VINO11 caiu 2,78%, negociado a R$ 7,69, e já acumula quase 6% de perdas nos últimos dias. O BTRA11 teve queda de 1,83%, cotado a R$ 53,50, enquanto o JSRE11 caiu 1,58%, a R$ 70,45.
Na outra ponta, o TRBL11 ficou entre as principais altas do dia, com valorização de 1,56%, negociado a R$ 100,98, enquanto o SARE11 teve alta de 1,29%, cotado a R$ 47,00, e o RBRP11 subiu 0,68%, a R$ 59,46.
O MXRF11 liderou o volume de cotas negociadas, com 1,22 milhão de cotas mudando de propriedade ao longo do pregão. O CPTS11 ficou logo atrás, com 1,2 milhão, enquanto o GARE11 movimentou 686 mil cotas.
Como é formado o índice dos fundos imobiliários
A composição do índice é feita a partir do resultado da negociação dos fundos imobiliários que formam a carteira teórica do IFIX, modificada a cada quatro meses pela B3. A atual composição, com 104 fundos, vale até o fim de abril, mas passou por mudanças desde o início do ano, com a saída de alguns fundos que estavam presentes no índice e deixaram de ser negociados.
A B3 divulgou na semana passada a segunda prévia da carteira do IFIX que será adotada a partir de 2 de maio, com 111 FIIs. A última sai antes do pregão do dia 30, que encerra o mês. O objetivo das prévias é facilitar a movimentação de investidores em relação a eventuais mudanças em suas carteiras e evitar oscilação excessiva.