Fundos Imobiliários de Shoppings: entenda a recuperação do setor

Fundos Imobiliários de Shoppings: entenda a recuperação do setor
Fundo Imobiliário de Shoppings divulga nova emissão de cotas; veja qual e como participar

Com a pandemia da Covid-19, os fundos imobiliários de shoppings foi um dos segmentos mais prejudicados. Com grande parte dos shoppings fechados durante vários meses entre 2020 e 2021, o setor dá sinais de retomada. Será que os FIIs de Shoppings já se recuperaram da crise sanitária que assolou o mundo?

Antes de responder essa questão, um destaque precisa ser feito. Segundo o Infomoney, alguns fundos do segmento de shoppings estão com cotas descontadas, com deságio de até 22%. Ou seja, os FIIs do segmento estão baratos. 

É justamente isso que Felipe Gaiad, gestor de FIIs da HSI, comentou sobre os preços das cotas dos fundos imobiliários de shopping. Para exemplificar, o gestor lembrou que a brMalls vendeu um shopping em Uberlândia (MG) por R$ 20 mil o metro quadrado, enquanto o mercado precificava o mesmo complexo a R $ 15 mil na bolsa.

Na visão de Gaiad, “o mesmo raciocínio vale para as cotas dos fundos imobiliários de shopping, que também estão sendo negociadas com desconto diante da realidade das transações privadas”.

Além disso, um relatório do Itaú BBA mostrou que, entre todos os segmentos de fundos imobiliários, o desconto do setor só perde para os fundos de escritórios. Como consequência, o banco recomendou, a compra do HSI Malls (HSML11).

Os fundos imobiliários de shoppings demonstram resiliência

Outro fundo de shopping que demonstra sinais de recuperação é o Vinci Shopping Centers (VISC11). No ano passado, o fundo realizou a compra da participação em quatro empreendimentos da Ancar Ivanhoe, em um negócio de R$ 700 milhões, mostrando fôlego no mercado. 

Leandro Bousquet, head de Real Estate da Vinci Partners explicou que o fundo se alavancou para voltar a investir, além da Ancar ter se tornado cotista do fundo. “No final, a transação representou uma espécie de troca de ativos por participação no fundo”, destacou Bousquet. Ele ressaltou que operações do tipo mostram o quanto os FIIs podem ser ativos em aproveitar as melhores oportunidades do mercado. 

Da mesma forma, o retorno dos consumidores aos shoppings também serve como alento ao segmento. A retomada das vendas com maior número de pessoas consumindo nos shoppings tem incentivado os gestores dos fundos de shopping a investir ainda mais no setor.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), as vendas nos shopping centers do País registraram alta de 10,6% em fevereiro. Nos primeiros meses de 2022, as vendas acumulam uma alta de 10,3%. Esse otimismo com a recuperação dos shoppings tem gerado bons frutos nos fundos imobiliários. O Hedge Brasil Shopping (HGBS11) liderou, em março, a lista das maiores altas entre os FIIs, com elevação de 8,44%. 

Na mesma linha, o VISC11 também mostrou que os  indicadores operacionais dos shoppings que fazem parte do seu portfólio tiveram resultados favoráveis. Em seu último relatório gerencial, a gestora destacou que as vendas totais por metro quadrado tiveram uma alta de 51,0% em relação ao mesmo mês do ano de 2021. Quando se compara os mesmos shoppings no fevereiro de 2019, há um crescimento nessas vendas de 3,3%.

Para completar, a recuperação dos fundos imobiliários de shoppings também tem consequência positiva na distribuição de dividendos nos últimos meses. Conforme apurou o Infomoney, de abril de 2021 até hoje, a taxa média de retorno com dividendos em doze meses subiu de 2,3% para 8,30%.

Recuperação sim, mas com desafios

Porém, a recuperação do segmento de FIIs de Shopping ainda não terminou. Pelo contrário, os desafios ainda são grandes. O grande vilão para o crescimento dos shoppings está na macroeconomia. A escalada inflacionária e os juros elevados ainda incomodam o varejo. 

Em fevereiro, a inflação medida pelo IPCA-IBGE sofreu alta de 1,01%, após alta de 0,54% em janeiro. No mês passado, a inflação acelerou 1,62%, mostrando persistência. Essa foi a maior taxa para meses de março desde 1994. 

Mesmo assim, o otimismo com o segmento de shoppings é real. O BTG Pactual confirmou em relatório, que a “perspectiva é que os indicadores operacionais dos shoppings centers mais bem posicionados estrategicamente tenham resultados de vendas em 2022 iguais ou superiores aos de 2019 (período que antecedeu o início da crise do coronavírus)”. 

Ainda que a inflação seja uma ameaça ao segmento, os fundos imobiliários de shoppings demonstram resiliência. Alguém tem dúvida que o setor vai deslanchar em 2022?

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foto: Gustavo Silva
Gustavo Silva

Jornalista com doutorado pela UFMG e produtor de conteúdo da unidade de mídias da Suno. Também trabalha no Suno Notícias e Funds Explorer, fazendo a cobertura de FIIs, Fiagro e FI-Infra.

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