FIIs de shopping negociam em volume acima da média; IFIX emenda sétima alta
FIIs CPSH11 e AJFI11 registraram movimentação atípica, mas com flutuação leve de preços; saiba mais sobre os destaques do dia.


Os fundos imobiliários CPSH11 e AJFI11, ambos do segmento de shopping centers, lideraram o volume de cotas vendidas no pregão de FIIs desta terça-feira (11), com negociações muito acima de suas médias normais. O dia foi marcado pela sétima alta consecutiva do IFIX, o que não acontecia desde a virada de 2023 para 2024.

O índice de FIIs fechou o dia em 3.174,15 pontos, valorização de 0,30% em relação ao resultado da véspera, e pela quarta vez seguida superando a cotação máxima do ano. A última ocasião em que o IFIX emendou mais de seis pregões consecutivos de resultados positivos foi na série de 13 altas entre 13 de dezembro de 2023 e 3 de janeiro de 2024.
Na ocasião, porém, o cenário macroeconômico era inverso ao atual: a Selic estava em viés de queda e os FIIs eram vistos como uma opção relevante de renda variável, mais simples que a compra e venda de ações e com dividendos mensais isentos de Imposto de Renda, num cenário em que a renda fixa tendia a reduzir sua remuneração.
Agora, a isenção continua, assim como a recorrência nos proventos, mas a reversão da tendência para a taxa básica de juros, a partir do meio do ano passado, reduziu o interesse pelas opções de renda variável. Isso afetou o IFIX, como um todo, e os preços dos fundos imobiliários, que, na média, seguem bastante descontados em relação ao valor patrimonial, mesmo com a recuperação do índice em fevereiro.
Como comparação, o IFIX fechou nesta terça próximo ao patamar de 13 de dezembro, o início da citada sequência de 13 altas. Naquele dia, uma quarta-feira, o IFIX fechou em 3.177,05 pontos.
Na semana que vem, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne e deve elevar novamente a Selic, para 14,25% ao ano. O cenário para os FIIs, no entanto, se mostra diferente dos últimos meses, em que a mera proximidade do encontro já vinha afetando o IFIX e os preços de mercado dos fundos.
Desta vez, o mercado parece já ter precificado a tendência dos juros para os próximos meses e seu impacto sobre os fundos imobiliários,que vêm se mostrando com boa rentabilidade e possibilidade de ganho de capital no médio e longo prazo.
IFIX – resumo do dia 11/03/2025
- Fechamento: 3.174,15 pontos (+0,30%)
- Mínima: 3.164,67
- Máxima: 3.174,23
- Acumulado da semana: +0,41%
- Acumulado do mês: +1,69%
- Acumulado do ano: +1,86%
FIIs de shopping têm volume acima da média
O fundo imobiliário CPSH11, que tem gestão da Capitania, surpreendeu ao negociar 2.963 milhões de cotas ao longo do pregão, num volume financeiro de R$ 25,768 milhões. Os valores equivalem a cerca de 60% de toda a liquidez de fevereiro, quando o mesmo FII movimentou R$ 42,323 milhões, com 4,778 milhões de cotas vendidas. O fundo terminou o dia com queda de 0,34%, negociado a R$ 8,67 por cota.
O AJFI11 negociou 1,945 milhão de cotas, com volume financeiro de R$ 13,534 milhões, equivalente a mais que o dobro de toda a movimentação de fevereiro, que foi de R$ 5,373 milhões, com 790 mil cotas vendidas. Após fechar em alta de 0,29%, a R$ 6,95, o fundo que também tem gestão da Capitania e atua somente em shoppings do grupo Almeida Junior, anunciou dividendos de R$ 0,07 por cota, com pagamento no dia 18.
A maior alta do dia ficou com o SARE11, que subiu 4,00% e terminou o pregão cotado a R$ 4,16, também com volume financeiro acima da média: foram R$ 4,463 milhões, enquanto em fevereiro o FII de renda urbana gerido pelo Santander teve movimentação de R$ 7,772 em todo o mês.
O IFIX é o principal índice do mercado de FIIs e tem sua carteira teórica renovada a cada quatro meses pela B3. Entre os indicadores para que um fundo imobiliário seja selecionado estão valor patrimonial, regularidade no pagamento de dividendos e liquidez das cotas. A atual formação da carteira, com 117 fundos, foi divulgada em janeiro e vai até o fim de abril. Após o último pregão deste mês, a Bolsa divulgará a primeira prévia da nova carteira, para que os investidores possam antecipar eventuais movimentações.