Os FIIs estão caros ou “o céu é o limite”? Veja o que dizem estas gestoras

Os FIIs já subiram demais? Veja a análise de gestores sobre o mercado de fundos imobiliários

Os FIIs estão caros ou “o céu é o limite”? Veja o que dizem estas gestoras
Os FIIs estão caros?

O mercado de FIIs está eufórico. Com altas sucessivas desde o final do mês de março, o valor da cota de diversos fundos está “nas alturas”. A pergunta que fica é: os fundos imobiliários estão caros?

O FIIs.com.br conversou com diversas gestoras que estão bastante otimistas para o segundo semestre de 2023, afirmando que ainda há muito potencial de alta (upside) nos fundos.

Segundo Henrique Leão, sócio e economista-chefe da TG Core, responsável pelo TGAR11, apesar do recente movimento de alta do IFIX, que acumula elevação próxima a 12% em 2023, “grande parte dos fundos ainda apresenta descontos relevantes”.

O economista lembra que os fundos de lajes corporativas estão com desconto médio próximo a 33% frente ao seu valor contábil. Além desses, os FIIs de shopping ainda têm um desconto médio de 25% e os fundos logísticos estão 20% descontados.

Com um possível ciclo de corte nos juros, o IFIX pode “deslanchar”. O economista-chefe da TG Core lembra que o índice se valor 139,3% entre fevereiro de 2016 e janeiro de 2020, quando a Selic entrou em rota de queda. Por isso, ainda há muitas chances de novas altas nos preços dos FIIs.

Apesar da alta recente, muitos FIIs continuam baratos

Para Gabriel Barbosa, gestor do TRXF11, ainda há muitas oportunidades de investir em FIIs. O gestor explica que a maioria dos FIIs estão negociados abaixo do valor patrimonial.

A tendência é que os fundos de papel se valorizem, principalmente com a queda dos juros futuros. Da mesma forma, os FIIs de tijolo terão seus valores patrimoniais em valorização, uma vez que a “maioria são avaliados por fluxo de caixa descontado, que leva consideração o valor dos juros”, destaca Barbosa.

O CEO da Br Properties, gestora do BROF11, também vê que há espaço para novas valorizações dos fundos. Martín Jaco cita que a indicação que, efetivamente, a taxa de juros entrará em processo de redução, será o gatilho mais importante para o avanço dos FII. 

O gestor do MXRF11 e XPCI11, André Masetti é enfático ao dizer que antes, os fundos estavam muito baratos. Mesmo com a guinada do IFIX que iniciou no final de março, há muito FII descontado. 

O gestor acredita que o melhor pode chegar: quando finalmente o Banco Central sinalizar uma queda no juros, que pode gerar uma grande valorização na indústria de FIIs.

Entenda a recente alta dos Fundos imobiliários

Existe uma correlação enorme com taxas de juros com o mercado de FIIs. Quando os juros futuros caem, os taxas dos títulos públicos ficam menos interessantes, atraindo mais investidores para os FIIs.

Rodrigo Possenti, gestor do VRTA11 acredita que existe uma enorme demanda reprimida para investir em fundos imobiliários, o que pode trazer mais valorização dos ativos.

Mesmo com o avanço no preço das cotas, Daniel Caldeira, gestor do MGHT11 e MGFF11, avisa: ainda existem embates entre governo e o Banco Central, a respeito da responsabilidade fiscal e as metas de inflação. Isso pode gerar alguma volatilidade.

Porém, o cenário de redução de juros e inflação perto da meta são ingredientes que podem ajudar ainda mais o mercado de FIIs.

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foto: Gustavo Silva
Gustavo Silva

Jornalista com doutorado pela UFMG e produtor de conteúdo da unidade de mídias da Suno. Também trabalha no Suno Notícias e Funds Explorer, fazendo a cobertura de FIIs, Fiagro e FI-Infra.

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