Isenção, INFB11 e GAME11 são destaques no Bom Dia FIIs (18/6)

FIIs deixam de correr risco de tributação como prestadores de serviço; veja outros destaques do mercado nesta quarta.

Isenção, INFB11 e GAME11 são destaques no Bom Dia FIIs (18/6)
FIIs deixam de correr risco de tributação como prestadores de serviço - Foto: Pixabay

A isenção de fundos imobiliários e Fiagros como prestadores de serviços, os resultados detalhados de INFB11, GAME11 e HGRE11 e a expectativa pela decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) sobre a Selic movimentam o mercado de FIIs nesta quarta-feira (18), dia seguinte a um pregão de estabilidade do IFIX.

O índice de FIIs fechou na terça-feira (17) em 3.432,06 pontos, alta de apenas 0,01% em relação ao resultado da véspera, com avanço de 0,22 ponto. O coperou em patamar negativo durante boa parte da tarde e recuperou o resultado positivo apenas nos últimos minutos. O acumulado do mês ainda segue negativo, em 0,86%.

Na véspera do feriado de Corpus Christi, o Copom anunciará somente depois do fechamento do mercado, se manterá a Selic em 14,75% ao ano ou se fará uma nova elevação, de 0,25 ponto percentual, para 15% ao ano. Analistas estão divididos entre as duas possibilidades, e a espera, além da decisão, é pelo comunicado, que deve trazer sinalizações sobre o encerramento do processo de aperto monetário e quando começará a queda dos juros básicos da economia brasileira.

O economista-chefe da Suno, Gustavo Sung, acredita que, independentemente da decisão, o comitê precisa manter uma postura “hawkish”, ou seja, um tom em que se mostra disposto a manter os juros altos, apesar da impopularidade da medida. “Em qualquer dos cenários, o comunicado desta reunião deverá adotar um tom bastante duro para preservar a confiança na política monetária e ancorar as expectativas”, apontou o analista.

Sung destaca duas informações recentes que trouxeram certo alívio ao cenário de juros: os dados do IPCA de maio, que mostraram melhora na margem do índice de inflação, e dados iniciais de atividade econômica que começaram mais fracos no segundo trimestre de 2025. Mesmo assim, o economista acha que é cedo para inverter os sinais da política monetária. “O atual estágio do ciclo exige cautela adicional e flexibilidade para preservar a credibilidade e o compromisso da nova diretoria com a meta de inflação.”

Confira as principais notícias do mercado de fundos imobiliários:

INFB11 rende 1,2% em maio e mantém ritmo acima de benchmarks

O fundo INFB11 fechou o mês de maio com uma rentabilidade de 1,2%, desempenho superior ao seu benchmark, o IMA-B5, que avançou 0,6% no mesmo período. No acumulado de 2025, o fundo apresenta valorização de 5,6%, igual ao índice de referência e levemente acima do CDI, que rendeu 5,3% no ano até aqui.

Segundo o relatório gerencial, esse desempenho é explicado, em parte, pela alta sazonal do IPCA, que acumula 2,75% no ano, e pelo movimento de fechamento da curva de juros reais, que beneficiou os ativos indexados à inflação. O INFB11 seguiu com a distribuição mensal de R$ 1,00 por cota em maio.

Considerando uma projeção de IPCA de 5,0% nos próximos 12 meses, patamar entre as estimativas do Boletim Focus para 2025 e 2026, a carteira do fundo projeta um retorno de 14,53% ao ano, com isenção de Imposto de Renda, o que corresponde a aproximadamente 1,13% ao mês de rentabilidade líquida.

GAME11 reforça reservas e paga dividendos de 1,11% ao mês

O fundo imobiliário GAME11 divulgou seus resultados de maio, com um ganho equivalente a R$ 0,132 por cota. Com a “gordura acumulada”, o FII ampliou suas reservas de resultados. Os dividendos do fundo estão em R$ 0,095 por cota, representando um yield de 1,11%. As reservas de resultados apresentaram um saldo saudável de R$ 0,094 por cota.

Além do resultado mensal, o fundo com gestão da Guardian divulgou resultados que destacam seu desempenho dos últimos anos. Desde o seu IPO, o GAME11 apresentou uma rentabilidade acumulada nominal de 56,7%, superando o benchmark que alcançou 52,8% no mesmo período.

Com base no relatório gerencial da gestora, isso representa 114,3% do CDI acumulado, consolidando o GAME11 como uma escolha robusta para investidores que buscam retornos sólidos. Em um cenário de constante ajuste econômico, o fundo se destaca por sua abordagem focada em crédito imobiliário de baixo risco, reforçando sua estratégia diversificada com estruturas de garantias robustas.

HGRE11 aumenta lucro com vendas e pode pagar dividendos extraordinários

O fundo imobiliário HGRE11 revelou um resultado de R$ 25,016 milhões em maio, cifra que representa uma alta de 163% em comparação ao mês anterior. Esse avanço reflete uma boa performance do fundo, apoiada por receitas elevadas e operações estratégicas de venda de ativos.

Como consequência, o HGRE11 distribuiu R$ 10,045 milhões em dividendos, o equivalente a R$ 0,85 por cota, com pagamento realizado em junho. O histórico recente de operações extraordinárias sugere que a próxima distribuição de dividendos pode ser superior, a fim de cumprir a exigência legal de distribuição de pelo menos 95% do lucro líquido em regime caixa a cada semestre.

Entre os fatores que contribuíram para esse desempenho estão três operações de venda de ativos de grande porte. A primeira foi a venda de quatro conjuntos do edifício Berrini One, impactando positivamente com aproximadamente R$ 1,34 por cota, conforme divulgado em fato relevante. A venda do conjunto 64 no edifício Transatlântico também gerou R$ 0,01 por cota. Além disso, a quinta parcela recebida na venda do imóvel Brasilinterpart proporcionou mais R$ 0,01 por cota ao resultado do período.

FIIs e Fiagros garantem isenção de nova tributação de serviços

O Congresso derrubou ontem (17) o veto presidencial anunciado em janeiro que abria caminho para a tributação de fundos imobiliários (FIIs), Fiagros e fundos patrimoniais como prestadores de serviços. O veto deixava esses produtos passíveis de aplicação do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e da Contribuição Social sobre Bens e Serviços (CBS), criados para substituir outras tributações.

Com a derrubada, que ocorreu em sessão conjunta entre a Câmara dos Deputados e o Senado e foi capitaneada por parlamentares ligados ao agronegócio, fica valendo o texto original de regulamentação da reforma tributária, em que tanto FIIs como Fiagros ficam isentos, livres do risco de serem enquadrados como prestadores de serviços.

Embora essa decisão não tenha relação direta com a Medida Provisória (MP) que determinou a taxação dos dividendos de FIIs e Fiagros em 5%, analistas veem na postura dos parlamentares sinais positivos para a discussão, com possibilidade de mudanças e até mesmo da retomada da isenção dos proventos. Para virar lei, a MP precisa ser aprovada em até 120 dias depois da publicação, em 11 de junho. Nesse período, o texto pode ser modificado, com a inclusão e exclusão de novos artigos.

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foto: Fernando Cesarotti
Fernando Cesarotti
Editor

Jornalista, editor do FIIs.com.br. Graduado pela Unesp, com pós-graduação em Jornalismo Literário, com mais de 20 anos de experiência em coberturas de economia, política e esportes. Passagem também pelo meio acadêmico, como professor universitário em cursos de Comunicação e líder de empresa júnior.

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