Cotação baixa e corte de dividendos: o que está acontecendo com o CPTS11?

O fundo imobiliário CPTS11 alcançou seu menor preço de 2024 depois de "cortar" dividendos em 11%. Mas afinal, o que está acontecendo?

Cotação baixa e corte de dividendos: o que está acontecendo com o CPTS11?
CPTS11 atinge menor preço do ano após "cortar" dividendos em 11%. Foto: Pixabay

O fundo imobiliário CPTS11 vem passando por um período desafiador na Bolsa de Valores brasileira nos últimos meses. Desde que bateu sua cotação máxima de 2024 (R$ 8,43), no dia 19 de agosto, o FII acumula uma baixa de 8,9%, encerrando o pregão desta terça-feira (15) a R$ 7,68, depois de ter chegado na semana passada à mínima do ano.

Com essa tendência de queda, o FII CPTS11 chegou a bater a mínima do ano na última sexta-feira (11), quando estava cotado a R$ 7,44 e, em seguida, voltou a “respirar” com uma breve recuperação.

Atualmente, seu valor de mercado é de R$ 2,437 bilhões, cerca 12% abaixo do valor patrimonial, que está na casa dos R$ 2,768 bilhões, equivalente a R$ 8,71 por cota. Mas afinal, o que vem acontecendo com o fundo imobiliário CPTS11?

O que está acontecendo com o CPTS11?

O CPTS11 é um fundo de CRI que aloca pelo menos dois terços de sua carteira nesse tipo de ativo. Por outro lado, o FII também inclui em sua estratégia a possibilidade de investimento em cotas de outros fundos imobiliários, conforme destaca Pedro Dafico, analista CNPI e especialista de FIIs da Suno.

Com uma gestão bastante “ativista” realizada pela Capitania, na definição de Dafico, o analista destaca que uma parte relevante dos rendimentos do CPTS11 vem sendo gerados por meio de ganho de capital, ou seja, a partir de operações em CRIs, liberação de inflação retida e também pela parcela detida em FIIs.

Nesse sentido, o analista explica que, quando não existe uma margem para liberação de “ganhos extraordinários”, os dividendos do CPTS11 tendem a ficar em patamares mais baixos. Em outubro, por exemplo, o FII vai pagar R$ 0,072 por cota, cerca de 11,11% abaixo da quantia distribuída em setembro, que fora de R$ 0,081 por cota.

“É como vem acontecendo nos últimos anos, sobretudo com o arrefecimento inflacionário, que impacta diretamente nos rendimentos dos fundos com participação majoritária em IPCA”, diz Dafico.

Isso pode ser observado ao analisar os rendimentos do CPTS11 entre os anos de 2021 e 2022, que estavam em patamares mais elevados quando o IPCA estava em 2 dígitos. Na época, a inflação alta favoreceu a geração de resultados do fundo e, consequentemente, contribuiu positivamente para o pagamento de dividendos maiores.

Após esse período, o arrefecimento inflacionário foi acompanhado de uma queda no patamar de rendimentos. Os dividendos deste FII somam R$ 0,881 por cota em 12 meses, o que representa um Dividend Yield (DY) de 11,49% na cotação atual.

Saiba mais sobre o FII

Além de ser um dos FIIs mais relevantes da Bolsa de Valores brasileira em número de cotistas, o CPTS11 também é o segundo mais popular em seu setor de atuação.

Dentre os FIIs de CRI, o CPTS11 ocupa a 2ª colocação em maior quantidade de cotistas no segmento de FIIs de papel, com 386.174 investidores, perdendo somente para o MXRF11, que é o maior FII do Brasil nesse quesito, com mais de 1,2 milhões de investidores, segundo informe enviado nesta semana com data-base de 30 de setembro.

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foto: João Vitor Jacintho
João Vitor Jacintho

Redator profissional, com atuação no mercado editorial na produção de notícias e conteúdos sobre o mercado financeiro, fundos imobiliários e economia popular.

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