TGAR11 sobe mais de 5%; IFIX emenda 13ª alta antes de Copom anunciar Selic

TGAR11 registra máxima cotação do ano, mas ainda segue com forte desconto; IFIX iguala série de altas de período positivo.

TGAR11 sobe mais de 5%; IFIX emenda 13ª alta antes de Copom anunciar Selic
TGAR11 investe no desenvolvimento de imóveis - Foto: Freepik

O fundo imobiliário TGAR11, que atua no segmento de multiestratégia, subiu 5,70% e liderou as altas no pregão de FIIs desta quarta-feira (19). O dia foi marcado pela 13ª alta consecutiva do IFIX, horas antes de o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) cumprir as expectativas do mercado e elevar a Selic em um ponto percentual, para 14,25% ao ano.

O índice de FIIs fechou em 3.255,59 pontos, alta de 0,58% em relação ao resultado da véspera, e repetiu a sequência de 13 altas registrada entre 13 de dezembro de 2023 e 3 de janeiro de 2024. O valor é o mais alto desde 8 de outubro, quando o IFIX fechou em 3.256,99 pontos.

Naquele dia, porém, o resultado veio após uma queda de 0,57%, num cenário em que o mercado de FIIs se retraía diante do início do atual ciclo de baixa da Selic, depois de já ter acumulado 2,58% de queda em setembro. Semanas depois, o Copom subiria a taxa básica de juros em meio ponto, de 10,75% ao ano para 11,25%.

Nesta quarta, o comitê realizou a terceira alta seguida de um ponto percentual. O mercado, porém, reverteu a tendência de queda do IFIX em fevereiro deste ano, depois de cinco meses seguidos de queda, ao perceber dois fatores:

  1. Desconto excessivo nos preços de mercado em relação ao valor patrimonial, sem que os fundos tivessem perdido fundamentos; em alguns casos, a distribuição de dividendos até aumentou em valores nominais, o que ampliou a rentabilidade;
  2. Cenário macroeconômico menos ruidoso, com redução da atividade econômica e outros sinais que já permitem projetar o início de um novo ciclo de queda dos juros a partir de 2026.

“O mercado precificou o movimento ao longo dos últimos meses, e todas as elevações já estão incorporadas aos preços, o que reduz a expectativa de grande nos primeiros dias após a decisão”, afirma Victor Sartori, analista da Levante Inside Corp.

Ele aponta que, para os próximos meses, o principal ponto de atenção recai sobre os próximos movimentos do BC. “O cenário segue estressado, com a NTN-B 2040 próxima de IPCA + 7,50%, nível não observado desde janeiro de 2016. Diante desse contexto, o investidor deve acompanhar de perto os desdobramentos para tomar decisões mais assertivas”, diz o especialista.

IFIX – resumo do dia 19/03/2025

TGAR11 sobe mais de 5% e lidera altas

O fundo imobiliário TGAR11 teve a maior alta do pregão, de 5,70%, e fechou negociado a R$ 90,50, sua cotação máxima do ano. Neste mês, o FII sob gestão da TG Core Asset já acumula valorização de 12%, depois de fechar a R$ 80,80 em 28 de fevereiro.

O TGAR11 é um fundo de atuação híbrida, com patrimônio líquido de cerca de R$ 2,7 bilhões, alocado em ativos financeiros e em propriedades em desenvolvimento, no formato equity. Mesmo com essa alta, o FII com forte desconto em relação ao valor patrimonial por cota (VPC), de R$ 113,90.

No dia seguinte a uma alta de mais de 10%, o SARE11 manteve a tendência e subiu mais 3,63%, com fechamento a R$ 4,85, chegando a negociar acima de R$ 5 pela primeira vez desde que realizou seu desdobramento de cotas, no segundo semestre do ano passado.

Durante o dia, o FII do Santander negociou 468 mil cotas, com volume de cerca de R$ 2,2 milhões – acima de sua movimentação média em fevereiro, mas bem abaixo da véspera, quando teve mais de 2,4 milhões de papeis negociados e volume superior a R$ 11 milhões.

A gestão recebeu questionamento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) devido à oscilação atípica, e usou como justificativa o fato de ter informado em novembro de 2024 a contratação de uma assessoria para a possível venda de ativos.

O FII disse ainda que não forneceu nenhum tipo de informação ao site Metro Quadrado, que publicou reportagem com a informação de que o SARE11 recebeu propostas para a venda de todos os seus ativos: 75% do edifício WT Morumbi, na região da Chácara Santo Antonio, zona sul de São Paulo; o WBC, na rua Bela Cintra, região da Avenida Paulista; e um galpão logístico em Santo André, no ABC paulista. 

O IFIX é o principal índice do mercado de FIIs e tem sua carteira teórica renovada a cada quatro meses pela B3. Entre os indicadores para que um fundo imobiliário como o TGAR11 seja selecionado estão valor patrimonial, regularidade no pagamento de dividendos e liquidez das cotas. A atual formação da carteira, com 117 fundos, foi divulgada em janeiro e vai até o fim de abril. Após o último pregão deste mês, a Bolsa divulgará a primeira prévia da nova carteira, para que os investidores possam antecipar eventuais movimentações.

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foto: Fernando Cesarotti
Fernando Cesarotti
Editor

Jornalista, editor do FIIs.com.br. Graduado em Jornalismo pela Unesp, com pós-graduação em Jornalismo Literário, com 25 anos de experiência em coberturas de economia, política e esportes. Passagem também pelo meio acadêmico, como professor universitário em cursos de Comunicação e líder de empresa júnior.

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