SNLG11: Por que o fundo não pagou dividendos em março? Gestão explica os motivos

O SNLG11 não pagou dividendos em março, com referência ao exercício de fevereiro. Mas quais foram os motivos? Veja o que diz a gestão.

SNLG11: Por que o fundo não pagou dividendos em março? Gestão explica os motivos
SNLG11: Por que o fundo não pagou dividendos em março? Gestão explica os motivos. Foto: Unsplash

O Suno Log (SNLG11) é um FII de Tijolo da Suno Asset. Ainda em 2022, o FII passou por mudanças em sua gestão, o que fez com que ele também tivesse alterações em seu nome e ticker.

Além disso, o fundo SNLG11 também apresentou mudanças em seu regulamento, conforme aprovação de forma unânime em Assembleia Geral Extraordinária (AGE).

Com essa alteração, o FII SNLG11 passou a ter um mandato híbrido, que outrora era apenas no setor logístico. Com isso, o fundo passou a poder investir não apenas em galpões industriais e logísticos, mas também em imóveis dos segmentos de hotéis, supermercados, escritórios, dentre outros.

No entanto, os proventos do SNLG11 que poderiam ser pagos em março, referentes ao mês de fevereiro, acabaram não sendo distribuídos, o que gerou dúvidas aos cotistas.

Em uma live realizada com Jacinto Santos e Vitor Duarte, ambos da Suno Asset, a gestão explicou os motivos que levaram ao SNLG11 a não distribuir dividendos do mês passado e quais são as perspectivas daqui para frente.

Por que o SNLG11 não distribuiu dividendos no mês passado?

Para entender os motivos, é necessário relembrar alguns acontecimentos anteriores do fundo. O SNLG11 antes era o MGLG11, criado em 2021. Na gestão anterior, o fundo adquiriu os imóveis Ceratti, Magna, Itambé, Supermarket e, posteriormente, comprou a propriedade VW Man.

Na estruturação da dívida para aquisição desses imóveis, os imóveis VW Man, Itambé e Supermarket foram colocados como garantia.

No entanto, a gestão anterior não havia conseguido dinheiro suficiente para pagar parte do equity, o que fez o fundo tomar a decisão de devolver o imóvel Supermarket. No caso da aquisição de Ceratti e Magna, houve uma nova estruturação da dívida, por meio da criação de um novo CRI.

Para fazer um CRI com o valor necessário de R$ 54 milhões, foi necessário colocar como lastro desse título os aluguéis dos imóveis Ceratti e Magna.

No entanto, após a nova administração tomar conta do fundo SNLG11, percebeu-se que os aluguéis, que serviriam de lastro para o CRI e que estão sendo cedidos fiduciariamente para a securitizadora, não passam pela SPE e tampouco pelo FII.

Desse modo, no entendimento da nova administração, esses valores de aluguel não podem ser considerados como receita do FII e, portanto, não podem ser distribuídos aos cotistas na forma de dividendos do SNLG11.

O que tem sido feito pela Suno Asset para que os dividendos do SNLG11 voltem a ser pagos?

Segundo Vitor Duarte, da Suno Asset, a gestão está buscando junto a outros credores a substituição do lastro do CRI, para poder liberar esses aluguéis e os valores poderem ser distribuídos na forma de rendimentos do SNLG11.

“O não pagamento de rendimentos causa uma distorção na percepção de valor do cotista”, afirma Duarte. Ele aponta que o fato de ser um tema que só o investidor que lê com mais profundidade os documentos terá conhecimento, isso acaba gerando uma assimetria de informação, com grupos de cotistas que estão sabendo mais e outros sabendo menos.

A partir do momento que se tem uma assimetria de informação, isso gera maiores descontos no preço das cotas do SNLG11 negociadas no mercado secundário.

“A gente não gostaria que isso acontecesse, estamos tentando resolver, mas é algo que envolve a securitizadora, agente fiduciário, outros credores, administração e a gente próprio [Suno Asset]”.

Quando esse problema será resolvido?

“Mas por que essa ‘divergência’ contábil somente está sendo corrigida agora?”, questionou um investidor. Vitor Duarte diz que diversas questões envolvendo o fundo vêm sendo corrigidas há algum tempo, e que esse fator está alinhado ao novo padrão aceito pela administradora do FII.

Um investidor também questionou: “Essa divergência é um problema que levará a retenção de receitas para pagamentos de passivos fiscais que serão provisionados? Ou então essa divergência impactará no lucro recorrente que tínhamos?”.

Quanto a isso, o representante da Suno Asset tranquiliza os investidores dizendo que não há passivos fiscais não provisionados, já que os impostos estão sendo pagos todos os trimestres, sendo este apenas um problema de lastro de CRI.

“Quando mais rápido a gente conseguir resolver o lastro do CRI, mais rápido a gente vai conseguir voltar a pagar [dividendos]”, completa a gestão do SNLG11.

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foto: João Vitor Jacintho
João Vitor Jacintho

Redator profissional, com atuação no mercado editorial na produção de notícias e conteúdos sobre o mercado de ações, criptomoedas, fundos imobiliários e economia popular. Graduando em Engenharia Química pela Unesp, também já trabalhei como consultor financeiro.

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