VGHF11: Arton Advisors investe R$ 50 milhões no FII e explica os motivos

VGHF11: Arton Advisors investe R$ 50 milhões no FII e explica os motivos
VGHF11: Arton Advisors investe R$ 50 milhões no FII e explica estratégia

O VGHF11 foi um dos maiores pagadores dividendos de agosto entre os fundos imobiliários do IFIX, sendo superado apenas por Riza Arctium Real Estate (ARCT11) e Urca Prime Renda (URPR11), segundo dados da Economatica.

Veja a lista completa dos maiores pagadores de dividendos até o final de agosto e o Dividend Yield (DY) dos últimos 12 meses, o que inclui o fundo VGHF11:

Alguns FIIs de CRI já mostraram quedas expressivas na distribuição de dividendos para este mês de setembro, em virtude da queda do IPCA e a sinalização de um eventual fim do ciclo de alta dos juros no Brasil.

O último dividendo do VGHF11 foi pago ainda ontem (9), no valor de R$ 0,12 por cota, se mantendo estável em relação ao mês anterior. Em julho, foram pagos R$ 0,13 por cota, o que representa uma queda de 7,7% frente ao patamar atual.

No ano de 2022, os dividendos do VGHF11 acumulam R$ 1,10 por cota, o que representa uma alta de 77,4% na comparação com 2021, considerando o mesmo período de análise.

Arton Advisors faz aporte de R$ 50 milhões no VGHF11 e explica os motivos

A Arton Advisors fez um aporte de R$ 50 milhões no fundo imobiliário VGHF11, representando cerca de 9% do portfólio total do fundo da Arton Advisors. Em uma entrevista ao portal FIIs, os especialistas da empresa explicaram um pouco mais sobre os motivos que levaram ao investimento no FII.

Raphael Vieira, sócio e head da mesa de investimentos da Arton Advisors, observou uma migração dos investidores em 2021 dos fundos imobiliários de tijolo para os FIIs de crédito, visando se proteger do avanço da inflação.

Ele destacou que o Valora Hedge Fund FII (VGHF11) tem uma estratégia de diversificação em diferentes tipos de ativos, como ações, fundos de fundos e investimentos associados ao crédito, alternando com exposições ao CDI e inflação.

Esse conjunto de qualidade da gestão e a adoção de uma dinâmica mais ampla de investimentos foi o que mais chamou a atenção da Arton no FII VGHF11. Segundo Vieira, esse mix de CDI e inflação pode ser algo vantajoso aos cotistas do fundo.

O especialista diz que “os juros são sempre uma consequência da inflação como um ‘carrinho de montanha-russa’. Primeiro vem a inflação, ela sobe e os juros sobem junto. A inflação começa a ’embicar’, como está acontecendo agora, e os juros continuam em um patamar mais alto”.

Essa alternância de exposição entre o CDI e os juros do VGHF11, representados por meio da Selic no Brasil chamou a atenção da Arton, que, por sua vez, já possui uma preferência por fundos que tenham uma maior flexibilidade em sua estratégia de investimento.

Qual o impacto da deflação para os rendimentos dos fundos imobiliários?

Sylvio Martins, sócio e analista de produtos alternativos na Arton, diz que ocorre uma defasagem de cerca de 2 meses na precificação da deflação sobre a distribuição de dividendos de FIIs.

Sendo assim, o impacto da deflação de julho deve refletir nos dividendos de fundos imobiliários que estão sendo pagos durante este mês de setembro.

Ainda hoje (9), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve uma baixa de 0,36% em agosto, acumulando uma inflação de 4,39% no ano de 2022 e de 8,73% em 12 meses, segundo dados do IBGE.

Conforme a visão de Sylvio Martins, essa nova deflação deve impactar nos dividendos de FIIs somente no mês de outubro.

Sobre a perspectiva de desempenho dos FIIs de tijolo, Raphael Vieira diz que a “reprecificação dos fundos de tijolo vai se dar muito mais quando a gente tiver um cenário que de fato os juros vão ceder, para que esse aluguel seja reprecificado juntamente com os juros”.

Ele explica que a dinâmica das ações é um pouco diferente dos FIIs nestes cenários. Ele diz que os FIIs, como o VGHF11, “não antecipam o movimento de juros, tanto na subida, quanto na descida, então conforme forem caindo os juros de fato, a gente vai rever essa reprecificação rapidamente nos fundos de tijolo. A gente ainda acha que eles podem ficar depreciados por alguns meses ainda”.

O especialista Raphael Vieira acrescenta que em uma eventual baixa dos juros no Brasil, os FIIs que possuem uma estratégia mista de alocação, entre Selic, CDI e IPCA, “tendem a ter um ‘mix’ equilibrado e que não tenham uma ingerência tão grande dos juros”. Frente a isso, o VGHF11 se tornou uma opção interessante na visão da empresa.

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foto: João Vitor Jacintho
João Vitor Jacintho

Redator profissional, com atuação no mercado editorial na produção de notícias e conteúdos sobre o mercado de ações, criptomoedas, fundos imobiliários e economia popular. Graduando em Engenharia Química pela Unesp, também já trabalhei como consultor financeiro.

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