30 anos dos FIIs: valor de mercado do IFIX cresce 1370%; veja o que mudou desde sua criação

30 anos dos FIIs: valor de mercado do IFIX cresce 1370%; veja o que mudou desde sua criação
MAXR11 anuncia lucro 16,8% maior e taxa de ocupação supera os 74%. Foto: Pixabay

Neste mês de junho, os fundos imobiliários completaram 30 anos de existência. Desde então, o mercado passou por diversas mudanças, inclusive na criação de mecanismos de comparação de performance, como o IFIX.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/07/Image_20230704_105729_406-1.png

Mês temático do Grupo Suno

Gostou do conteúdo? Acompanhe o Suno Notícias em mais uma semana temática sobre fundos imobiliários, neste link.

O Grupo Suno dedicará o mês de julho para comemorar os 30 anos dos FIIs, com patrocínio de patrocinados por Iridium (do IRDM11), FatorTG CoreRECGuardian e XP Asset. Por meio de vários canais (redes sociais, notícias, vídeos, lives e conteúdos por e-mail), vamos levar informações sobre tudo que precisa saber sobre essa classe de investimento.

O IFIX foi criado em 2010 pela B3, com o propósito de representar uma carteira teórica de FIIs, com os ativos mais negociados do mercado. Essa carteira é revista a cada 4 meses e os fundos que o compõem precisam seguir alguns critérios, como:

O IFIX considera não apenas as variações na cotação dos fundos imobiliários, mas também os dividendos distribuídos por eles, dando um panorama mais completo sobre o desempenho do mercado de FIIs de forma geral.

Leia mais: Criador do 1º fundo imobiliário do Brasil fala como era o mercado de FIIs no início

O IFIX serve para medir o desempenho médio dos principais fundos imobiliários do mercado, assim como o Ibovespa com um propósito parecido nas ações brasileiras. Assim, é possível usar o índice para comparar desempenho de carteiras de ativos, fundos e outros investimentos.

História do IFIX: Os pregões eram de viva-voz, como o Ibovespa até 2009?

Em março de 2009, o viva-voz passou a não ocorrer mais na Bolsa de Valores. Assim, os pregões, que costumavam transmitir grande emoção com a “gritaria” dos operadores, teve desde então suas negociações realizadas de forma mais “silenciosa” e no formato digital, seja para ações, fundos imobiliários ou derivativos.

O IFIX não é um ativo negociável na Bolsa de Valores, embora existam ETFs que repliquem parte de sua performance e composição, como o XFIX11, da XP, que é uma carteira teórica do IFIX L, um outro índice que varia do IFIX.

Em suma, quando o IFIX foi criado, no ano de 2010, o cenário já era totalmente diferente, e os pregões com viva-voz já não existiam mais, com as compras e vendas de ativos sendo majoritariamente feitas no formato digital.

Valor de mercado do IFIX cresce 1370% desde sua criação

Quando o IFIX foi criado, com o cálculo de sua cotação sendo iniciado em 31 de dezembro de 2010, apenas 50 fundos imobiliários faziam parte do índice, segundo dados da B3 e de um relatório do Santander, elaborado quando o índice completou 10 anos de existência.

Atualmente são 111 fundos imobiliários que fazem parte do IFIX, um crescimento que demonstra as mudanças e o avanço acelerado do mercado de fundos imobiliários ao longo dos últimos anos.

Embora o número de FIIs que fazem parte do IFIX tenha aumentado 122% desde sua criação, o seu valor de mercado cresceu 1370%, ou seja, mais de 14 vezes. Assim, esse valor passou de R$ 7,8 bilhões para R$ 114,5 bilhões.

Esse relevante aumento reflete a expansão do mercado de fundos imobiliários, não apenas no número de investidores, mas também na robustez desses ativos.

O patrimônio líquido total dos fundos imobiliários do IFIX é de aproximadamente R$ 122,9 bilhões, enquanto o número de investidores desses FIIs soma 9,92 milhões, segundo dados do Clube FII.

Mudanças na composição do IFIX

A composição do IFIX também mudou drasticamente desde seu início. Em 2012, cerca de 61% do índice era representado por FIIs de escritório, principalmente os monoativos. Além disso, 16% eram FIIs de shoppings.

Com o crescimento do mercado de fundos imobiliários, diversos segmentos se expandiram de forma relevante e outros novos foram sendo criados para atender a demanda dos diferentes perfis de investidor.

Assim, os fundos de CRIs passaram a representar a maior parte do IFIX, com quase 1/3. Os Fundos de fundos (FOF), que antes não faziam parte do índice, também passaram a compor uma parcela relevante, com 16 fundos no total.

No ano de 2012, os 10 fundos imobiliários que tinha a maior participação no IFIX eram:

  1. BRCR11 – 12,71%
  2. KNRI11 – 8,85%
  3. HGRE11 – 8,19%
  4. HGBS11 – 6,09%
  5. BBVJ11 – 5,31%
  6. ABCP11 – 4,32%
  7. BBFI11 – 4,14%
  8. FAMB11B – 3,54%
  9. HGLG11 – 3,30%
  10. SHPH11 – 2,87%

Atualmente, as 10 maiores participações do IFIX estão com os seguintes fundos imobiliários:

  1. KNIP11 – 6,18%
  2. KNCR11 – 4,80%
  3. HGLG11 – 4,73%
  4. KNRI11 – 3,27%
  5. IRDM11 – 2,71%
  6. XPLG11 – 2,62%
  7. MXRF11 – 2,49%
  8. XPML11 – 2,44%
  9. CPTS11 – 2,34%
  10. HGRU11 – 2,02%

Assim, percebe-se uma redução na concentração dos fundos imobiliários mais representativos no índice, já que, em 2012, os 10 FIIs com maior participação no índice somavam 59,32% e, atualmente, 33,60%.

Maiores altas e baixas

A cotação do IFIX passou a ser medida em 31 de dezembro de 2010. Seu cálculo considera uma média ponderada das cotações e dividendos pagos pelos fundos imobiliários que o compõem.

Nos últimos 10 anos, os 10 FIIs do IFIX (carteira atual) que mais se valorizaram foram:

TICKERSEGMENTOALTA (%)
HGLG11Logística325,86
MXRF11TVM293,21
HGCR11TVM207,06
PORD11TVM198,25
BTLG11Híbrido197,75
RBVA11Agências188,58
VRTA11TVM184,56
HGBS11Shoppings163,34
TRBL11Logística152,62
BTCI11TVM136,96

A maior queda da história do IFIX foi registrada no dia 18 de março de 2020, quando o mercado de ativos de renda variável “derretia” com o início da pandemia de Covid-19. Nesse dia, o índice caiu 13,23%.

Sua máxima histórica foi registrada em 3 de janeiro de 2020, aos 3.253,76 pontos, mas a maior alta diária do IFIX foi observada no dia 25 de março de 2020, de 5,82%, após fortes quedas advindas da pandemia.

Qual o futuro do IFIX?

Segundo Gabriel Diniz Junqueira, analista agro da Santa Fé Investimentos, os fundos imobiliários começaram a ganhar ainda mais força em meados de 2016, com o início do último ciclo de baixa de taxas de juros.

“Com juros menores, os investidores começaram a buscar novas alternativas de investimento e nesse cenário os FIIs se saíram como excelentes opções para rentabilizar o capital”, explica.

Outro fator destacado por ele foi o “financial deepening” brasileiro, com as novas plataformas digitais de investimento aproximando a população dos produtos, o que foi importante para a popularização dos FIIs.

Para o futuro, ele acredita que o mercado de FIIs deve passar por um processo de educação dos investidores.

“Atualmente muitos ainda são guiados pelo yield mensal e não a TIR do investimento e isso precisa mudar para construirmos produtos que de fato rentabilizam o capital do investidor de maneira sustentável”.

Assim, conforme a popularização dos FIIs cresce ainda mais, o IFIX poderia alcançar novas cotações recordes, além de mudanças na sua composição, caso seja necessário.

Você investe bem em fiis? Um consultor Suno pode te mostrar caminhos que talvez você não conheça.
foto: João Vitor Jacintho
João Vitor Jacintho

Redator profissional, com atuação no mercado editorial na produção de notícias e conteúdos sobre o mercado financeiro, fundos imobiliários e economia popular.

notícias relacionadas últimas notícias