Fiagros, XPSF11 e ALZR11 estão entre destaques do Bom Dia FIIs (23/6)

Fiagros se mostram cada vez mais importantes no financiamento do agronegócio e podem ter ganho com novas dinâmicas globais do setor.

Fiagros, XPSF11 e ALZR11 estão entre destaques do Bom Dia FIIs (23/6)
Fiagros se mostram cada vez mais importantes no financiamento do agronegócio - Foto: iStock

Os fundos imobiliários XPSF11, ALZR11 e TRBL11 e uma análise da possibilidade de ganhos dos Fiagros num momento de transição global para o agronegócio são os destaques desta segunda-feira (23). 

Ao longo do dia, o mercado de FIIs ainda deve se ajustar às novas percepções de médio e longo prazo para as taxas de juros, no segundo pregão após a elevação da Selic a 15% ao ano. A nova taxa foi anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central no início da noite de quarta-feira (18), após o fechamento dos mercados, e o Boletim Focus deve trazer novas percepções sobre a duração do ciclo de alta.

Na semana passada, a mediana das análises projetava a Selic a 14,75% no fim do ano, o mesmo valor da taxa básica de juros antes da reunião do Copom. Como muitos agentes estimavam que não haveria mudanças, é possível que haja ajustes nas percepções do Focus, divulgadas logo de manhã pelo BC.

Na sexta-feira (20), o IFIX oscilou nos dois sentidos, mas terminou o dia em queda de 0,13% em relação ao resultado de quarta, em 3.436,70 pontos. Mesmo assim, o índice de FIIs acumulou 0,52% de valorização na comparação com o fechamento da sexta anterior, dia 13, em 3.418,94 pontos. No mês, porém, o resultado ainda é negativo, em 0,73%.

Confira as principais notícias do mercado de fundos imobiliários:

XPSF11 paga dividendos de 14,28% ao ano, com lucro acima de R$ 2,5 milhões

O fundo imobiliário XPSF11 fechou o mês de maio com um resultado líquido de R$ 2,59 milhões. A partir disso, o fundo realizou uma distribuição de dividendos de R$ 2,598 milhões, valor que corresponde a R$ 0,06 por cota, com pagamento em 13 de junho. O dividend yield anualizado chegou a 14,28% sobre a cota de mercado e 11,45% sobre a cota patrimonial. 

No período, as receitas do fundo atingiram R$ 2,845 milhões, enquanto as despesas ficaram em R$ 255 mil, sendo que as despesas operacionais responderam por R$ 249,4 mil desse total. Diante do cenário macroeconômico de Selic em viés de alta, a estratégia adotada pela gestão foi de realizar uma reciclagem parcial dos ativos em carteira. 

Com isso, houve aumento da exposição direta a CRIs, em busca de maior eficiência em relação ao risco atual. Assim, o XPSF11 encerrou maio com 2,8% do portfólio investido em CRIs, remunerando CDI + 2,7% ao ano, com expectativa de ampliar essa participação nos próximos meses.

ALZR11 mantém dividendos para junho; lucro superou R$ 10 milhões em maio

O fundo imobiliário ALZR11 vai distribuir R$ 0,0816 por cota em dividendos aos seus investidores. Os cotistas vão receber esse valor na próxima quarta-feira (25), de acordo com sua posição no fim do pregão do dia 17 de junho.

Os dividendos do ALZR11 ficaram estáveis em relação ao mês anterior. Com a variação do preço na B3, o dividend yield do fundo se manteve em 0,80%, também como no mês anterior. O dividend yield do fundo nos últimos doze meses é de 9,9331%.

O ALZR11 encerrou o mês de maio com um lucro de R$ 10,822 milhões, indicando um crescimento de 8,06% em relação ao resultado de abril, que foi de R$ 10,015 milhões. Um avanço relevante na gestão ocorreu em maio com a finalização da liquidação da Sociedade de Propósito Específico (SPE) vinculada ao imóvel do Mercado Livre. Com essa operação, todos os ativos e passivos dessa SPE foram incorporados ao balanço do ALZR11 a partir de maio de 2025.

TRBL11: fundo imobiliário duplica receita e informa sobre negócio milionário

O fundo imobiliário TRBL11 divulgou seus resultados referentes ao mês de maio, apresentando uma receita imobiliária de R$ 4,19 milhões, equivalente a R$ 0,54 por cota. Este valor representa mais do que o dobro do faturamento obtido no mês anterior. O resultado operacional resultou em um lucro de R$ 3,15 milhões, ou R$ 0,41 por cota. 

Um ponto de destaque entre as receitas recorrentes foi o pagamento do aluguel da Braskem, que havia ficado pendente em abril por questões operacionais da própria locatária. Em maio, o pagamento foi realizado ao TRBL11, incluindo encargos referentes ao atraso, o que contribuiu para equilibrar os resultados do mês e compensar a receita ausente em abril.

O fundo anunciou uma distribuição de dividendos no valor de R$ 0,58 por cota, com pagamento realizado em 13 de junho. Com base na cotação de fechamento de maio, de R$ 65,30, o dividend yield anualizado é de 10,7%. Até o momento, o FII TRBL11 distribuiu aproximadamente 91% do resultado semestral acumulado.

Fiagros apoiam crescimento do agronegócio em momento de transição global

Um dos motores da economia brasileira, o agronegócio tem um potencial enorme para destravar valor. Enquanto lá fora as tensões globais projetam um novo desenho global para o setor, no Brasil os Fiagros são um vetor fundamental para impulsionar um setor em processo de transformação estrutural, com a profissionalização da originação de crédito e a expansão da oferta no mercado de capitais.

Os desdobramentos do conflito entre Israel e Irã elevam o grau de incerteza sobre rotas comerciais no Canal de Suez e no Estreito de Ormuz. O impacto direto tem sido observado nos preços internacionais das commodities agrícolas nos últimos dias.

O atual cenário do câmbio, com o dólar na faixa entre R$ 5,50 e R$ 6, torna o agro brasileiro altamente competitivo em termos de custo marginal de produção. O spread cambial reforça a rentabilidade dos exportadores nacionais, o que melhora as métricas de emissores do setor e atrai fluxo tanto de dívida quanto de equity para os elos mais estruturados da cadeia.

E é nesse novo ciclo que os Fiagros de crédito devem ampliar seu protagonismo. Com benefícios tributários relevantes e governança mais próxima do investidor final, os Fiagros passam a disputar espaço com instrumentos tradicionais, como as Letras de Crédito Agrícola (LCAs) e os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs). 

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foto: Fernando Cesarotti
Fernando Cesarotti
Editor

Jornalista, editor do FIIs.com.br. Graduado em Jornalismo pela Unesp, com pós-graduação em Jornalismo Literário, com 25 anos de experiência em coberturas de economia, política e esportes. Passagem também pelo meio acadêmico, como professor universitário em cursos de Comunicação e líder de empresa júnior.

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