Dividendos, SNID11 e RBRL11 estão entre os destaques do Bom Dia FIIs (3/2)

Dividendos anunciados por FIIs e Fiagros na sexta-feira (31) são destaque; veja o que esperar do mercado de FIIs neste começo de mês.

Dividendos, SNID11 e RBRL11 estão entre os destaques do Bom Dia FIIs (3/2)
Dividendos de FIIs e Fiagros são destaque no começo do mês - Foto: Pixabay

A repercussão dos anúncios de dividendos feitos por mais de 150 fundos imobiliários e uma dezena de Fiagros estão entre os destaques desta segunda-feira (3), que marca o início das negociações de fevereiro.

O IFIX fechou o mês de janeiro com forte alta nos últimos dias, acumulando mais de 1,5% de valorização, mas essa recuperação foi insuficiente para recuperar o resultado do mês, o quinto seguido a terminar com resultado negativo, em 3,07%. 

A tabela abaixo mostra o fechamento dos últimos seis meses:

DataIFIXVariação do mês
30/08/20243.393,550,86%
30/09/20243.305,97-2,58%
31/10/20243.204,84-3,06%
29/11/20243.137,33-2,11%
30/12/20243.116,28-0,67%
31/01/20253.020,63-3,07%

Para fevereiro, analistas acreditam que as cotações de FIIs devem se manter pressionadas, assim o próprio IFIX, de olho especialmente na oscilação dos juros futuros e de indicadores como o mercado de trabalho e o IPCA, que podem afetar os rumos da Selic nos próximos meses. 

A próxima reunião do Copom será em 18 e 19 de março e deve ter nova elevação da taxa básica de juros, para 14,25% ao ano, o que mantém a tendência de migração dos investimentos para opções de renda fixa. As decisões seguintes, conforme o próprio BC, vão depender do andamento dos indicadores econômicos nos próximos meses.

Ao mesmo tempo, a manutenção do patamar de dividendos por muitos dos FIIs, apesar da queda nas cotações, faz com que alguns ativos se apresentem como opções atrativas para a obtenção de uma renda passiva consistente e com bom retorno, diante de um baixo preço de compra.

“Com os juros nesse patamar não dá para querer que o fundo imobiliário saia explodindo de felicidade e valorizando horrores. A gente vai ter que se contentar pelo carrego positivo”, alerta o professor Marcos Baroni, head de fundos imobiliários da Suno.

Confira as principais notícias do mercado de fundos imobiliários:

MXRF11 reduz dividendos; confira outros valores anunciados

O MXRF11, maior fundo imobiliário do mercado brasileiro, divulgou seus dividendos para pagamento em 14 de fevereiro, em R$ 0,09 por cota. O valor representou uma redução de 10% em relação às distribuições anteriores, de R$ 0,10 por cota. A gestão deve divulgar nesta semana seu relatório gerencial, com os resultados e as explicações para a redução.

Já o XPLG11 ampliou sua distribuição para R$ 0,082 por cota, depois de mais de um ano de pagamentos mensais de R$ 0,78. A gestão já havia antecipado que a conclusão da venda de um galpão no Cone Multimodal 02, em Cabo de Santo Agostinho (PE), traria uma possível distribuição de ganho de capital de R$ 0,04 por cota. O próximo pagamento será também no dia 14.

Alguns dos valores anunciados na sexta serão pagos já nesta semana, na sexta-feira (7). É o caso dos fundos GARE11, que pagará R$ 0,083 por cota; VGHF11, que distribuirá R$ 0,09 por cota; RZTR11, R$ 1,05 por cota; e HSML11, no valor de R$ 0,65 por cota.

XPCA11 retoma regularidade de pagamento entre Fiagros

Alguns dos principais Fiagros do mercado também anunciaram nesta sexta-feira (31) a distribuição de dividendos referentes aos resultados do mês de janeiro, com destaque para o XPCA11. O fundo voltou a anunciar a distribuição de R$ 0,10 por cota, o mesmo valor pago em agosto, antes do pedido de recuperação judicial da Agrogaxaly, que impactou o patrimônio líquido do Fiagro e a distribuição de proventos por quatro meses.

Outro fundo afetado pela inadimplência da Agrogalaxy, o BBGO11, havia pago R$ 2,28 por cota em dezembro e agora anunciou o valor de R$ 0,79, queda de 65,35%, mas um valor mais próximo das distribuições regulares durante o ano passado.

O RURA11, que registrou outros problemas com devedores, chegando inclusive a fazer uma Provisão para Devedores Duvidosos (PDD), aumentou o valor dos dividendos para R$ 0,07 por cota, depois de três meses de pagamentos de R$ 0,06. O AAZQ11 anunciou o pagamento de R$ 0,095 por cota, com um dividend yield mensal de 1,40%.

RBRL11 anuncia rescisão antecipada de inquilino e prevê multa milionária

O fundo imobiliário RBRL11 anunciou o recebimento de uma notificação da Bel Micro Computadores, locatária de dois módulos no condomínio logístico localizado em Extrema (MG). O inquilino informou a intenção de devolver o imóvel e rescindir seu contrato de locação de forma antecipada.

De acordo com o contrato de locação com o FII RBRL11 e seus aditivos, em caso de rescisão antecipada, a locatária deveria cumprir um aviso prévio mínimo de 1 mês após o primeiro ano de vigência do contrato, o que também foi observado na notificação.

Durante esse período, que se estende até a devolução efetiva do imóvel, a locatária permanece obrigada a realizar todos os pagamentos devidos ao fundo imobiliário RBRL11, conforme estipulado no contrato.

Em caso de rescisão antecipada, o contrato prevê uma multa rescisória de R$ 1,566 milhão, o que equivale a aproximadamente 5,36 vezes o valor do aluguel mensal. Essa multa gera uma receita para o fundo de R$ 0,23 por cota.

SNID11 mantém carteira 100% em dia e reforça alta no guidance de dividendos

O FI-Infra SNID11 reforçou em novo relatório gerencial a ampliação do guidance de dividendos para o 1º semestre de 2025, ajustando a banda inferior para R$ 0,10 e a superior para R$ 0,13 por cota.

A mudança, segundo a Suno Asset, gestora do fundo, reflete a correlação do fundo com o CDI e leva em conta os aumentos recentes da Selic, além das expectativas de novas altas ao longo dos próximos meses.

O SNID11 tem mantido uma distribuição consistente nos últimos meses, registrando o oitavo pagamento consecutivo de dividendos em R$ 0,10 em janeiro, referente aos resultados de dezembro.

O valor dos dividendos em janeiro representou um retorno equivalente a 109,5% do CDI do período e 141,2% do CDI considerando o gross-up. No acumulado de 12 meses, o dividend yield da distribuição acumulada foi de 12,7%, considerando a cota a mercado, e de 12,1% sobre a cota patrimonial.

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foto: Fernando Cesarotti
Fernando Cesarotti
Editor

Jornalista, editor do FIIs.com.br. Graduado pela Unesp, com pós-graduação em Jornalismo Literário, com mais de 20 anos de experiência em coberturas de economia, política e esportes. Passagem também pelo meio acadêmico, como professor universitário em cursos de Comunicação e líder de empresa júnior.

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