Dividendos, XPML11 e VGIA11 estão entre os destaques do Bom Dia FIIs (29/11)
Dividendos, são esperança do mercado para que IFIX possa se recuperar a queda acentuada dos últimos dias, após pacote fiscal do governo.
O fundo imobiliário XPML11 e o Fiagro VGIA11 estão entre os destaques do noticiário nesta sexta-feira (29), último dia útil de novembro, que tem como destaque os anúncios de dividendos que mais de 150 FIIs distribuirão a seus cotistas, referentes aos resultados obtidos do mês de novembro.
O dia também é usado por administradoras e gestoras desses fundos imobiliários como Data Com, ou seja, para o fechamento da lista de beneficiários que receberão os proventos, de acordo com as cotas que mantiveram ao fim do pregão.
A expectativa de especialistas é que a movimentação do dia possa ajudar o IFIX a se recuperar ao menos parcialmente de seu pior dia do ano, na sequência da reação negativa do mercado ao pacote de ajuste fiscal anunciado pelo governo.
O índice de FIIs fechou nesta quinta-feira (28) em 3.138,55 pontos, pior resultado em todo o ano, e a queda de 1,03% foi a maior em um só dia em mais de dois anos, desde 17 de novembro de 2022, quando o índice caiu 1,73% em relação à véspera.
Depois de uma leve alta nos minutos iniciais, chegando à máxima de 3.175,16 pontos, o mercado operou em patamar negativo durante todo o resto do dia, com recuo mais acentuado pela manhã e fechamento pouco acima da mínima, que foi de 3.138,34 pontos.
O resultado mudou até mesmo as perspectivas sobre o resultado final do IFIX em novembro. Se até terça-feira (26) ainda se projetava uma possibilidade do primeiro resultado no azul desde agosto, a reação negativa do mercado ao pacote de ajuste fiscal apresentado pelo governo derrubou de vez o índice.
Agora, o acumulado do mês é negativo em 2,07%, sendo 1,43% apenas nos últimos dois dias. O valor ainda é menor, contudo, do que as perdas registradas em setembro (2,58%) e outubro (3,06%). No ano, o recuo do IFIX está em 5,22%.
Confira as principais notícias do mercado de fundos imobiliários:
XPML11 anuncia oferta para tentar captar até R$ 300 milhões
O fundo imobiliário XPML11 anunciou a realização de sua 12ª emissão de cotas, cujo objetivo inicial é captar R$ 200 milhões. A oferta é destinada exclusivamente aos investidores profissionais e as cotas serão oferecidas pelo valor unitário de R$ 117,14, acrescido de uma taxa de distribuição primária de R$ 0,94 (equivalente a 0,81% do valor de emissão), totalizando R$ 118,08 por cota para subscrição.
A oferta poderá ser ampliada em até 50%, o que representa um volume total que a emissão pode atingir de R$ 300 milhões, uma vez ofertado o lote adicional de 50%. As cotas adicionais serão destinadas para atender a um eventual excesso de demanda durante o período da oferta.
O investimento mínimo por investidor será de 43 cotas, representando um aporte de R$ 5.037,02. No entanto, para que a oferta siga adiante, o XPML11 precisa captar no mínimo R$ 150 milhões.
Os valores líquidos captados devem ser usados na aquisição de novos ativos-alvo, entre eles um conjunto de shoppings da Allos, com quem o XPML11 já assinou um memorando de entendimentos vinculante que contempla a aquisição de participações em três empreendimentos: Plaza Sul Shopping, e, São Paulo; Carioca Shopping e Shopping Tijuca, ambos no Rio.
VGIA11 vê lucro saltar 14,3% e vende R$ 10,2 milhões em CRAs
O Fiagro VGIA11 registrou um resultado de R$ 9,549 milhões em outubro, o que representa um aumento de 14,3% em relação ao lucro observado em setembro, de R$ 8,349 milhões. A partir disso, os dividendos distribuídos foram de R$ 9,51 milhões, equivalentes a R$ 0,11 por cota.
Ao final de outubro, o VGIA11 tinha uma reserva de caixa equivalente a R$ 0,05 por cota, que pode ser usada para eventuais distribuições e despesas, o que inclui a taxa de performance.
A carteira do Fiagro está 100% alocada em CRAs indexados ao CDI. O segmento que se destaca é o de distribuidora, que representa 37,7% do patrimônio líquido.
Com 30 ativos em seu portfólio, o montante total investido pelo VGIA11 é de R$ 859 milhões. Quaisquer outros recursos estão alocados em instrumentos de caixa. Dentre as movimentações de outubro, o fundo destaca a venda de R$ 10,2 milhões do CRA Cotribá.
Entenda como o ciclo de alta da Selic pode afetar os Fiagros
O mercado de Fiagros pode se beneficiar do cenário de alta da Selic. Com a expectativa do mercado de uma taxa de juros em 12,25% em 2025, os fundos ligados ao agronegócio podem ampliar sua receita e, consequentemente, seus dividendos, já que os principais ativos de crédito do agronegócio, os CRAs, são geralmente indexados pelo CDI.
Quando a Selic sobe, os juros desses ativos também aumentam, acarretando em mais lucros no “bolso” dos investidores. Especialistas apontam, no entanto, que é preciso olhar com atenção para a carteira dos Fiagros.
Fundos que cederam crédito para empresas muito alavancadas podem sofrer com o aumento nos juros, que torna a dívida mais cara. Em 2024, diversos Fiagros sofreram com a recuperação judicial de empresas devedoras. Poucos fundos do mercado, como OIAG11, SNAG11 e KNCA11, estão entre os que escaparam de “eventos de crédito adversos” e mantiveram a carteira livre de inadimplência.
Dividendos: mais de 150 FIIs anunciam e definem beneficiários
Mais de uma centena de fundos imobiliários anunciam nesta sexta-feira (29) os valores dos dividendos que distribuirão a seus cotistas referentes aos resultados obtidos do mês de novembro.
Entre eles estão o MXRF11, dono da maior base de cotistas do mercado, com 1,2 milhão de investidores, além de outros fundos bastante populares, como HGLG11, XPLG11, VISC11, VGHF11, TRXF11, BBIG11, GARE11, MANA11, VRTA11, VRTM11, OUJP11 e TGAR11. Alguns Fiagros, como AAZQ11 e XPCA11, também fazem seus anúncios.
Vale lembrar que a isenção dos dividendos de FIIs para pessoas físicas é um dos principais fatores a atrair investidores para o mercado de fundos imobiliários, por permitir uma construção de renda a partir do recebimento mensal dos valores.
“Além da isenção, tem a vantagem da estabilidade: a classe do produto garante o pagamento regular dos dividendos, devido à obrigatoriedade de distribuição de 95% dos lucros no semestre, o que proporciona uma distribuição de renda mensal”, explica Maria Fernanda Violatti, analista CNPI especializada no mercado de FIIs.