CPTS11 emenda terceira queda em mais um dia de alto volume; IFIX volta a cair
CPTS11 teve liquidez de R$ 24,8 milhões, quase o triplo do volume normal, e já acumula mais de 3% de queda em apenas três dias.


O fundo imobiliário CPTS11 registrou seu terceiro dia seguido de queda nesta terça-feira (6), em mais um pregão em que registrou volume de negociações acima da média. O IFIX voltou a cair, na véspera de novo anúncio da Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira.

O índice de FIIs fechou em 3.385,58 pontos, queda de 0,18% em relação ao resultado da véspera, quando havia recuado 0,81%. A queda teve maior intensidade à tarde, mas o IFIX reagiu na última hora do pregão.
Nesta quarta-feira (7), o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) encerra sua terceira reunião do ano e deve anunciar, logo após o fechamento dos mercados, uma alta da Selic, provavelmente em meio ponto, para 14,75% ao ano. Será a sexta elevação seguida, num processo que começou em setembro de 2024, quando a taxa subiu de 10,50% para 10,75% ao ano.
O movimento de alta dos juros é visto como prejudicial ao IFIX e ao mercado de fundos imobiliários como um todo. Em março, porém, o setor passou batido pela última alta promovida pelo Copom, diante de um cenário de FIIs muito descontados, ou seja, negociados na B3 abaixo do valor patrimonial.
Mesmo com a recente valorização do mercado de FIIs, esse cenário de desconto ainda permanece válido. Ao fim de abril, o P/VP médio dos componentes do IFIX era de 0,90x, o que representa um desconto médio de 10% — e, consequentemente, um potencial similar de valorização no médio e longo prazo.
“O impacto real dependerá também do tom do comunicado do Copom. Se sinalizar um ciclo de aperto adicional, o mercado pode reagir com mais cautela. Se a alta vier acompanhada de tom mais brando, indicando fim do ciclo, a reação pode ser menos negativa”, aponta Jeff Patzlaff, planejador financeiro CFP e especialista em investimentos.
IFIX – resumo do dia 06/05/2025
- Fechamento: 3.385,58 pontos (-0,18%)
- Mínima: 3.382,90 (-0,26%)
- Máxima: 3.396,15 (+0,13%)
- Acumulado da semana: -0,99%
- Acumulado do mês: -0,79%
- Acumulado do ano: +8,64%
CPTS11 negocia quase o triplo da média de abril
Um dos FIIs mais negociados no mês passado, com liquidez média diária de R$ 8,6 milhões, o CPTS11 registrou nesta terça um volume de R$ 24,881 milhões, quase o triplo desse resultado, com perto de 3,4 milhões de cotas mudando de mãos ao longo do dia. O resultado foi nova queda, a terceira seguida, desta vez de 0,93%, com fechamento em R$ 7,36.
Depois de acumular quase 6% de alta em abril, o FII registra queda de 3,54% desde o dia 30 de abril, quando terminou o pregão cotado a R$ 7,63. E ficou mais longe do preço que pedirá aos investidores interessados em sua 13ª oferta de emissão de cotas: o valor de adesão será de R$ 8,75, mais de 15% acima da cotação de fechamento. A intenção é captar cerca de R$ 255 milhões.
O MXRF11, outro FII entre os mais populares do mercado, fechou em alta de 0,22%, a R$ 9,28. Já o VGIR11 subiu 0,84%, a R$ 9,57, enquanto o TGAR11 avançou 1,15%, a R$ 88,19.
- Maiores Altas
- Maiores Baixas
Entre as principais altas, o RVBI11 se destacou: subiu 2,26%, negociado a R$ 68,00. O CLIN11 avançou 2,22%, cotado a R$ 91,00. Na outra ponta, a maior queda foi do ITRI11, de 2,91%, com fechamento em R$ 78,54.
A carteira teórica do IFIX é renovada a cada quatro meses pela B3, e a versão mais recente passou a ser usada nesta segunda-feira (5). Entre os indicadores para que um FII como o CPTS11 seja selecionado estão valor patrimonial, regularidade no pagamento de dividendos e liquidez das cotas. A atual composição da carteira, com 117 fundos imobiliários, valerá até o fim de agosto.