Dividendos hoje: MXRF11, HGLG11, TRXF11 e mais de 100 FIIs e Fiagros fazem pagamento

Fernando Cesarotti

• 12/12/2025 às 8:17
• 5 minutos de leitura

Atualizado em: 12/12/2025 às 8:17

Mais de uma centena de fundos imobiliários e Fiagros realizam nesta sexta-feira (12) a distribuição de dividendos a seus investidores. O décimo dia útil do mês tem a maior concentração de pagamentos, e costuma terminar em resultado positivo do IFIX, como aconteceu em todos os meses deste ano até agora. 

No mês passado, por exemplo, o índice de FIIs avançou 0,71% no dia 14, para um resultado que foi, então, a máxima histórica, em 3.616,72 pontos, pela primeira vez rompendo a marca simbólica de 3.600 pontos. Em setembro, a alta foi de 0,57%; em outubro, a movimentação foi mais discreta, com 0,11% de valorização.

Isso acontece, segundo especialistas, porque parte dos recursos volta ao mercado na forma de aquisição de novas cotas, por investidores interessados em aumentar o portfólio e, consequentemente, o recebimento dos proventos nos meses seguintes. Só o MXRF11, fundo mais popular do mercado, com mais de 1,3 milhão de investidores, injeta mais de R$ 43 milhões em pagamentos, de R$ 0,10 por cota. 

Já o HGLG11, ao pagar R$ 1,10 por cota, distribui mais de R$ 37 milhões, e neste mês repetirá pagamentos proporcionais a investidores que aderiram à oferta de cotas, encerrada na semana passada: R$ 1,10 por recibo HGLG13 e HGLG14, R$ 1,03 para cada um dos recibos HGLG15 e HGLG16. Já o TRXF11, ao pagar R$ 0,93 por cota, distribui mais de R$ 30 milhões a seus mais de 200 mil cotistas.

Confira quem paga dividendos nesta sexta e os valores:

Dividendos: o que esperar do mercado em 2026?

Os especialistas projetam um fim de ano agitado e um 2026 positivo para o mercado de FIIs, devido às projeções cada vez mais claras de queda da Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira, hoje em 15% ao ano. O comunicado divulgado após a reunião desta quarta-feira (10) reforçou em parte dos analistas a impressão de que o índice começa a cair a partir da segunda reunião do Copom em 2026, no mês de março.

“Houve uma leve melhora nas expectativas de inflação, mas o Banco Central reforçou que precisa ver uma ancoragem mais sólida das projeções, ainda distantes da meta de 3%. O cenário tende a melhorar no final do ano e o BC poderá ajustar seu comunicado em janeiro para iniciar o ciclo de cortes em março de 2026”, projeta Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research.

Ele acredita, contudo, que o mercado de renda variável deve se antecipar às quedas e aumentar a busca por ativos de risco, o que tende a ampliar o desempenho positivo dos fundos imobiliários. “A perspectiva de corte de juros já tem favorecido os ativos de risco: fundos imobiliários vêm batendo recordes, e as ações têm mostrado desempenho positivo”, defende o especialista.

No curto prazo, a impressão entre as gestoras é que os fundos de papel devem seguir fortes. “Os fundos de crédito devem continuar a ir bem, com CDI ainda elevado e aumento do espaço para inflação num ciclo de corte de juros”, afirma Bruno Nardo, da RBR, responsável por RBRR11, RPRI11 e RBRX11, entre outros FIIs do segmento.

“Os fundos de papel continuam como uma ótima alternativa. Quando o investidor olhar juros a 12% e fundo com dividendos de 17%, isso tende a gerar fluxo e valorização”, projeta Artur Carneiro, gestor da Éxes, do EXES11. “Os fundos de CRI geralmente são os primeiros a ganhar preço. São mais dinâmicos e fáceis de ajustar a carteira”, completa Rodrigo Possenti, da Fator, que faz a gestão do VRTA11.