Fundos imobiliários vão deixar a B3 em meio a incorporação pelo RVBI11
Fundos imobiliários HGFF11 e BPFF11 vão deixar B3 na semana que vem, em meio a processo de incorporação pelo RVBI11.
Os fundos imobiliários HGFF11 e BPFF11 vão deixar de ser negociados no mercado secundário da B3 após o fim do pregão da próxima segunda-feira, 18 de agosto. A medida faz parte do processo de incorporação de ambos pelo RVBI11, o FII multiestratégia do Patria Investimentos.
O anúncio foi feito em fatos relevantes, após a proposta ter sido aprovada pelos cotistas de todos os fundos, em diferentes AGEs (assembleia geral extraordinária). Com a saída da Bolsa, o número de cotas detidas pelos investidores ao fim do pregão vai definir o número de cotas do RVBI11 e a compensação financeira que cada um receberá durante o processo.
O RVBI11 é o maior dos três FIIs envolvidos no processo, com patrimônio líquido de R$ 776 milhões, ou R$ 75,52 por cota. Ele foi escolhido pelo Patria para incorporar os demais por já ter um mandato de FII multiestratégia, ou “hedge fund”, que tem liberdade para investir em qualquer tipo de ativo ligado ao mercado imobiliário. Hoje, 93% de suas alocações são em cotas de FIIs.
O HGFF11 é um FOF (fundo de fundos), adquirido pelo Patria no processo junto ao Credit Suisse que teve como principais atrações o HGLG11 e o HGRU11. O patrimônio líquido atual é de R$ 254,3 milhões, ou R$ 81,82 por cota, com 91,7% de alocações em cotas de FIIs.
O BPFF11 também é um FOF, que passou ao Patria no primeiro semestre deste ano, no processo de aquisição de seis FIIs sob gestão da Genial. Com PL de R$ 319,9 milhões (R$ 71,21 por cota), o fundo tem 95% de alocações e outros fundos imobiliários.
Outro movimento similar está em andamento com alguns dos FIIs de recebíveis da empresa: o CVBI11 vai incorporar os ativos dos fundos BARI11 e PLCR11. Neste caso, eles ainda estão negociados na B3, sem previsão de retirada.
Cotação RVBI11
Fundos imobiliários unificados: confira as datas
O cronograma prevê que, de 22 de agosto a 19 de setembro, os cotistas do HGFF11 e do BPFF11 devem informar à gestão seu custo médio de aquisição para apurar eventual necessidade de tributação. Isso acontece porque, no caso de amortização para fins de liquidação, o fundo deve recolher na fonte o Imposto de Renda sobre eventual ganho de capital obtido pelos investidores.
Se o cotista não der a informação, o fundo vai considerar o preço mínimo de mercado obtido pelos fundos em suas passagens pela B3, o que pode resultar em cobrança de imposto em valor maior do que o efetivamente devido. Enquanto isso, o RVBI11 convocará nesse período uma nova emissão de cotas, que serão subscritas em troca dos ativos do HGFF11 e do BPFF11.
Ao fim do processo, o RVBI11 deve ficar com patrimônio líquido de cerca de R$ 1,3 bilhão. Segundo Rodrigo Abbud, head de Real Estate do Patria, trata-se de reorganização natural após diversas aquisições realizadas pela empresa, em momentos distintos desde 2022, que deixaram o grupo com nada menos que 28 fundos imobiliários listados.
