Confira fundos imobiliários que cresceram mais de 50% em 2025

Fernando Cesarotti

• 22/12/2025 às 14:14
• 3 minutos de leitura

Atualizado em: 22/12/2025 às 14:14

O mercado de fundos imobiliários teve um ano de reação em 2025. O IFIX até agora subiu quase 20%, e os principais ativos tiveram boa recuperação no valor de mercado apresentado no fim de 2024, embora muitos ainda estejam sendo negociados com desconto em relação ao valor patrimonial.

Outro medidor de bons resultados para o mercado de FIIs é o crescimento do valor patrimonial, num ano em que as condições se mostraram desfavoráveis, diante da elevação da Selic, que reduziu a atratividade para novas captações de recursos em comparação com ativos de renda fixa. Para resolver esse problema, algumas gestoras adotaram uma solução criativa: a troca de cotas por ativos reais.

Com isso, vários FIIs conseguiram crescer e ampliar seu patrimônio, sem a necessidade de um “dinheiro novo”. A entrega da propriedade direta dos imóveis em troca de novas cotas movimentou boa parte das emissões realizadas ao longo do ano pelos chamados “FIIs de tijolo”, compensando a dificuldade de captar recursos em dinheiro.

Outra modalidade de crescimento foi a fusão de fundos. Em alguns casos, FIIs menores, mas de regulamento mais moderno e adequado para lidar com o atual cenário do mercado, incorporaram ativos de fundos maiores, mas de regulamento mais engessado. É o caso do RBRX11, que lidera a lista abaixo, de FIIs que ampliaram seu patrimônio em mais de 50%, depois de incorporar os ativos do RBRF11. O levantamento foi realizado pelo aplicativo Trix, com base em dados patrimoniais divulgados pelos fundos.

Fundos imobiliários: estratégias para crescer

Da lista acima, além do RBRX11, os dois FIIs do Patria cresceram com a incorporação de ativos de FIIs da mesma gestora que foram posteriormente liquidados: o PSEC11, multiestratégia, reúne os ativos de RVBI11, HGFF11 e BPFF11; o P IP11 é um fundo de papel que juntou os patrimônios de CVBI11, PLCR11 e BARI11.

A gestora agora está realizando o mesmo processo com seus fundos imobiliários de ativos logísticos: o HGLG11, maior de todos, vai incorporar os ativos do LVBI11 e do PATL11. “Essas fusões permitem otimizar o trabalho e entregar maior valor ao cotista”, diz Rodrigo Abbud, CEO de Real Estate da gestora.

Os demais casos tiveram a troca de cotas por ativos. O SNEL11, da Suno Asset, com foco no investimento em usinas fotovoltaicas, mudou de estratégia a partir da 3ª emissão de cotas e passou a comprar ativos prontos, em vez de realizar o desenvolvimento. Algumas das negociações envolveram a entrega das cotas.

A estratégia também foi usada por TRXF11, GGRC11 e GARE11 para seu crescimento ao longo de 2025. Todos eles ampliaram seu portfólio de ativos, misturando pagamentos em dinheiro com a entrega de cotas que fez dos vendedores investidores dos fundos.

No caso do GGRC11, o FII ampliou a base de cotistas para mais de 200 mil investidores e chegou a 37 propriedades. E as projeções para o próximo ano são otimistas. “A possível queda dos juros, aliada a um ambiente macro mais estável, deve favorecer tanto a renda quanto a valorização das cotas”, afirma o CEO da Zagros Capital, Pedro van den Berg.

Em valores absolutos, o maior crescimento entre fundos imobiliários foi do KNCR11, da Kinea, que consolidou sua posição de maior FII do mercado com a captação de R$ 1,4 bilhão em sua mais recente oferta de cotas. O PL agora está em R$ 9,171 bilhões.