Conheça os fundos cetipados, negociados em balcão
Os Fundos Cetipados são negociados diretamente entre as partes (investidores), sem passar pelo ambiente da bolsa de valores. Suas operações são realizadas no Mercado de Balcão Organizado, sendo registradas na Cetip, empresa responsável pelo registro e custódia dos títulos de renda fixa privada
Recentemente, diversas corretoras passaram a oferecer aos seus clientes os chamados Fundos Imobiliários Cetipados, em grande parte devido à crescente popularidade e familiaridade que os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) negociados em bolsa vêm adquirindo entre os investidores. No entanto, antes de optar por um FII Cetipado, é crucial compreender suas particularidades e os riscos associados. Esses fundos apresentam diferenças substanciais em relação aos FIIs listados em bolsa, começando pelo próprio processo de negociação.
Os Fundos Cetipados são fundos negociados diretamente entre as partes (investidores), sem passar pelo ambiente da bolsa de valores. Suas operações são realizadas no Mercado de Balcão Organizado, sendo registradas na Cetip, empresa responsável pelo registro e custódia dos títulos de renda fixa privada, além das operações realizadas no mercado financeiro, proporcionando segurança e transparência nas transações. Cabe destacar que, a partir de 2017, a Cetip foi incorporada pela BM&F Bovespa, formando a B3, a bolsa de valores brasileira.
O Mercado de Balcão, também conhecido como OTC, do inglês Over-The-Counter, é um ambiente de negociação de ativos que ocorre de forma descentralizada, ou seja, fora da bolsa de valores formal. Nele, os participantes negociam diretamente entre si uma variedade de ativos financeiros, como títulos de dívida, ações não listadas e derivativos. As operações são intermediadas por instituições financeiras, como corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários.
O Mercado de Balcão oferece flexibilidade em termos de ativos negociáveis, horários de operação e tipos de transação permitidos, complementando os mercados organizados como as bolsas de valores. Em geral, esse mercado se traduz como uma opção viável para companhias ou fundos que não apresentam estrutura suficiente para fazer parte da bolsa.
Atualmente, existem diversas categorias de fundos que operam no Mercado de Balcão da B3. Esses Fundos Cetipados incluem Fundos de Investimento em Participações (FIP), Fundos de Crédito Privado, Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), Fundos de Investimento em Empresas Emergentes (FIEE), Fundos de Investimento Imobiliários (FII) e Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagros).
Os Fundos Cetipados estão sujeitos a diversos riscos, que variam de acordo com suas características e dos ativos nos quais eles investem. Em termos de relevância, os principais incluem o risco de crédito, relacionado à possibilidade de inadimplência por parte do emissor de títulos de dívida, o que pode resultar em perdas financeiras para o fundo e para o investidor. Além disso, há o risco de liquidez, visto que os ativos normalmente têm menor liquidez do que os listados em bolsa, o que pode tornar a venda das cotas do fundo mais demorada.
Também há o risco de mercado, ligado a variações nos preços de títulos, taxas de juros e volatilidade nos mercados, algo que pode afetar o desempenho dos fundos. Adicionalmente, há o risco de contraparte, já que as transações no Mercado de Balcão ocorrem diretamente entre as partes, expondo os fundos a riscos caso um dos participantes não cumpra suas obrigações.
Por fim, é importante ressaltar que a regulação de fundos negociados em Mercado de Balcão também se faz presente, porém, de forma menos ampla que aquela observada no mercado de bolsa, especialmente no que diz respeito às regras de divulgação. Isso, por suposto, implica uma transparência menor, configurando-se em um risco importante a ser considerado.
