Quais são as perspectivas dos FIIs para março?
Em meio a queda na cotação dos FIIs, e com a dificuldade financeira de empresas como a Americanas e outras, que são inquilinas de alguns fundos imobiliários, muitos investidores têm dúvidas a respeito desses ativos. Além disso, os cotistas também se questionam se nesses momentos é melhor vender suas cotas ou segurá-las mesmo em um cenário adverso.
Para responder essas perguntas e entender quais são as perspectivas dos FIIs para março, O especialista de fundos imobiliários da Suno Research, Marcos Correa, destacou os principais pontos a serem observados durante o próximo mês, contextualizando com o cenário macroeconômico atual.
O que está acontecendo com os fundos imobiliários?
No Brasil, se observa um cenário adverso para a economia brasileira, sobretudo em razão de inflação elevada, que ainda se encontra em processo de ser controlada, assim como dos juros em patamares altos, o que dificulta o acesso ao dinheiro, ou seja, há dificuldade das empresas em buscarem empréstimos e financiamentos.
A dificuldade financeira de algumas empresas e bancos é ainda maior, inclusive nos casos da Americanas e Marisa, por exemplo, que são companhias que alugam imóveis para exercer suas atividades de varejo.
O risco nesse caso, é que pontualmente alguns fundos imobiliários possam perder alguns inquilinos em imóveis específicos, fazendo com que durante o período de vacância esses FIIs fiquem sem a renda de aluguel dessas propriedades.
No entanto, é importante que os investidores estejam atentos aos desdobramentos de cada caso em específico dessas empresas, já que novidades positivas ou negativas podem ser anunciadas em março e nos meses seguintes.
No entanto, Marcos Correa diz que isso não significa um problema com os fundos imobiliários em si, mas de uma dificuldade relacionada à economia do país.
Quando os juros estão altos, por exemplo, os fundos imobiliários como um todo tendem a se desvalorizar, assim como outros ativos da bolsa de valores, como as ações. Sendo assim, é normal que no cenário atual tenhamos visto queda nas cotações, como de fato vem ocorrendo em muitos casos.
Isso cria um cenário de medo em muitos investidores, vendo seus patrimônios registrarem fortes desvalorizações. Por outro lado, é o momento em que bons FIIs estão sendo negociados a preços descontados, o que se torna uma oportunidade para os investidores de longo prazo adquirem cotas de fundos imobiliários pagando menos, inclusive no mês de março.
O que fazer com os FIIs de logística?
Apesar de alguns inquilinos de ativos de fundos de logística terem sinalizado problemas, Correa diz que isso não significa que os FIIs desse segmento sejam ruins. O setor de logística teve um relevante crescimento até então e, na visão do especialista, ainda tem muito a avançar.
Ao investir em FIIs de logística, o investidor deve ter em mente que ele está investindo no fundo e seus ativos, e não nas empresas inquilinas. Assim, não é um motivo plausível se desfazer de todas as cotas de fundos de logística somente pelos problemas financeiros das empresas que alugam os imóveis.
O ideal é que a decisão de se desfazer ou não das posições em fundos de logística deve partir de uma análise fundamentalista, da gestão e dos ativos que compõem o portfólio desses FIIs, sobretudo se o investidor possui uma visão de longo prazo.
Não apenas com os fundos de logística, mas considerando os FIIs de forma geral, problemas com inquilinos podem ocorrer diversas vezes no futuro. O importante é considerar se o fundo continua com bons fundamentos e se permanece atrativo para fazer parte da carteira do investidor.
